Ainda hoje religiões de matriz africana são alvos frequentes de intolerância no Brasil. Para ajudar a quebrar preconceitos, a designer gráfica Carolina Marins, de 23 anos, criou o jogo Axé! CardGame, que une diversão, educação e conscientização ao exaltar atributos de orixás, divindades da cultura Iorubá que se tornaram conhecidas no país a partir de religiões como Candomblé e Umbanda. O projeto é resultado do seu trabalho final de graduação na Universidade Veiga de Almeida (UVA), apresentado em junho.
Veja também:
“Quis trazer elementos da cultura Iorubá de forma didática para quem ainda não conhece, além de contribuir para a superação de preconceitos”, explica Carolina, que é católica de formação. A inspiração para criar o game surgiu em uma conversa entre a designer carioca e sua tia, ialorixá (mãe de santo) de um terreiro de Umbanda.
Além das trocas com adeptos de religiões de matriz africana, a referência para a elaboração dos conteúdos também veio do livro Orixás, Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo, um clássico escrito pelo fotógrafo, etnólogo e antropólogo Pierre Verger. A dinâmica do jogo é semelhante ao famoso Super Trunfo. Já o design e as ilustrações feitas por Carolina incorporam traços característicos de Magic e Pokemon, outros dois conhecidos games de carta.
Muito mais do que uma disputa entre orixás, o Axé! CardGame é um meio de difusão de uma cultura importante para a história do povo brasileiro.