Um dos grandes problemas atuais parece ser a perda de controle, também conhecida como vício, que muitos jogadores estão passando com seus jogos. Este é um problema grave de saúde mental que está sendo vista com muita atenção pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e as desenvolvedoras também começaram a prestar mais atenção aos seus jogadores.
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O grande dilema que as empresas de jogos passam é que elas não querem jogadores com problemas de vício, mas também precisam que eles continuem a jogar. Uma das questões mais levantadas é que muitos títulos não possuem mais fim. O jogador fica na frente da tela por horas e mais horas em um game onde ele apenas vai de um lugar para o outro, coleta algumas coisas, faz um up de suas armas, roupas etc, e também acaba por comprar skins, DLCs, em algo totalmente sem fim.
Diferente de jogos que possuem uma meta, ou seja, fazer toda a aventura e terminar, games como Fortnite e até mesmo o Ultimate Team da EA, necessitam de monetização para continuarem a existir. Então é criado novos objetivos para te deixar mais “forte”, mais “bonito”, “rápido”, fazendo com que o jogador acabe apenas ficando mais tempo na frente do jogo e até mesmo destruindo a sua conta bancária.
E não ache que isso é um absurdo, pois muitos jogadores de games já fizeram isso, como viciados em drogas e bebidas que destroem toda a sua vida apenas para a “satisfação” momentânea. Voltando ao exemplo da EA, ela disse recentemente que precisa trabalhar por “soluções reais” para que seus jogadores de FIFA não percam o controle de seus gastos, mas não se comprometeu a mudar o funcionamento da monetização até então controversa do Ultimate Team.
Segundo o Reino Unido, que é um dos países que está trabalhando e pedindo por mais controle por parte das desenvolvedoras, eles compreendem que as caixas de recompensas do Ultimate Team, devem ser consideradas como jogos de azar. Em entrevista ao Eurogame, o Chief Experience Officer, Chris Bruzzo, apontou uma série de iniciativas recentes que a EA implementou no FIFA, como o painel Playtime e a chance de visualizar uma caixa de saque antes de comprar, mas disse que o trabalho ainda precisa ser feito.
“Acho que precisamos falar sobre os extremos”, disse ele. “Acho que precisamos trabalhar em soluções reais para aqueles jogadores que se encontram em situações extremas em que perderam o controle do tempo que passam. Eu concordo. E, novamente, estamos agindo. Não estamos apenas conversando. Estamos agindo. Estamos colocando mais informações na frente dos jogadores. Estamos promovendo a conscientização sobre os controles dos pais. E colocamos pacotes de pré-visualização. Estamos prontos para continuar a nos empenhar em soluções. Realmente estamos.”
Isto é algo significativo por parte da EA, mas quando questionada pelo Eurogamer se eles consideram remover a capacidade de gastar dinheiro real nessas caixas, Bruzzo respondeu ao site que “a capacidade de gastar dinheiro do mundo real no jogo representa uma escolha para os jogadores”. Segundo site complementa, oito dos de 10 jogadores FIFA não gastam dinheiro.
Esta é uma questão que ainda irá levantar muitas discussões e é importante que as pessoas queiram falar a respeito. Se de um lado as empresas precisam que os jogadores comprem mais e mais os produtos de seus jogos de alguma forma, e que também fiquem por mais tempo, elas também estão conscientes que isso apenas trará problemas para uma geração que terá muitos problemas de saúde física, mental e financeira.
Portanto, esse é o maior dilema que a EA tem que enfrentar em sua história, assim como diversas outras.