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Review | Backbone, um jogo no melhor estilo David Lynch

Backbone possui uma narrativa das melhores obras noir onde fãs do cinema irão se divertir com esse jogo que resgata com profundidade o melhor desse estilo artístico.
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Backbone
(Imagem: Divulgação)
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Backbone é uma aventura narrativa pós-noir. O detetive particular guaxinim Howard Lotor percorre uma Vancouver distópica, habitada somente por animais, e vivencia uma história íntima de mudança e transformação.

As inspirações de Backbone são filmes noir, ficção científica esquisita, estética pós-soviética, regimes políticos da atualidade, a obra de Lynch e de Kaufman e o existencialismo de Sartre. É uma experiência narrativa linear cinematográfica que subverte seu gênero e desafia nossas percepções do que é ser uma pessoa.

Este é um resumo do que os jogadores podem apenas saber a respeito do título. Na realidade, Backbone é bem mais do sua sinopse demonstra. É um jogo bem intimista, de uma jogabilidade simples e um visual conhecido por aqueles que gostam de jogos com um estilo mais retrô.

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O jogo

Backbone como dito acima, é um game intimista. Também tinha que ser, graças as obras em que ele é baseado. Se conhecer um pouco, pelo menos da obra de David Lynch, já irá entender os motivos. Caso não conheça, não é tão complicado assim de se entender.

Este jogo possui um estilo de melancolia de seu personagem, alguém individualista, que resolve as coisas ao seu modo. Um estilo voltado para o herói Questão da DC, que é um pouco mais sujo, misturando-se nos becos onde nem mesmo o Batman pensaria em entrar, pois com certeza terá que usar um pouco mais dos punhos do que a inteligência para conseguir informações.

Não que o Homem Morcego não faça isso, mas é muito mais comum ver outros “detetives” como Questão e até mesmo Spirit fazerem isso e saírem com vários hematomas no rosto. Mas isso é muito superficial para demonstrar as questões envolvidas no espírito desse personagem.

Como acontece nas histórias Noir, Howard Lotor não está em busca apenas de resolver um caso que lhe foi entregue, mas também de seu próprio eu. Nessas narrativas o personagem é confrontado com o suas emoções que sempre estão no lado mais obscuro e nas sombras, como os casos que devem resolver. E aos poucos que vão progredindo e encontrando as pistas, também vão conseguindo solucionar seus próprios dilemas.

Jogabilidade

Este é um dos mais simples que um jogador pode ter. Apenas utilizando um botão para direita e esquerda e um outro para confirmar o que deve fazer, como pegar algo, conversar etc. Não existe segredo em Backbone e muitos comandos a serem feitos, portanto é de fácil acesso a qualquer tipo de jogador, principalmente os eventuais.

Além de comandos bem fáceis, sua jogabilidade segue o padrão “converse”, escolhendo opções de perguntas para ter uma resposta. Nada problemático. Pode até parecer um gênero antigo de jogo, como realmente é, mas ele continua a ser uma das melhores formas para este estilo, deixando-o muito divertido.

Caso ainda esteja se perguntando, é como os jogos antigos de RPG, onde o jogador escolhe uma frase e terá uma resposta a altura.

Visual

Backbone é acima de tudo uma obra de arte. Não apenas um jogo, mas ele possui uma arte pixel art e efeitos 3D. Mesmo que seja um jogo simples de ir para direita e esquerda apenas, cada tela é uma verdadeira tela. O conjunto de luz e sombra, a sujeira, alguns locais totalmente molhados, a chuva, sol, entre todo o clima, faz com que Backbone tenha uma atmosfera impressionante que acaba encantando principalmente os fãs de filmes como Blade Runner.

Trilha sonora

Assim como o visual tem que ser destacado em separado, a trilha sonora do jogo também deve-se ganhar um espaço único. Muitos jogos atualmente dão preferência apenas para uma música de ação ou que leve a mostrar que algo irá acontecer. Em Backbone isso é bem diferente.

Por se tratar de um jogo de detetive noir, o estilo musical do Jazz é uma obrigação. O Jazz não serve apenas para dar a batida e aumentar o interesse pela história, mas por ser uma manifestação artístico-musical originária de comunidades de Nova Orleans, enriquece o game no quesito cultural.

Vale a pena?

Dentre muitos jogos que chegaram nesse ano, Backbone se difere por ir além do vale a pena. O jogo é rico em vários quesitos, principalmente por ter uma atmosfera emocional mais densa e não cansar o jogador. Outro aspecto importante é que Backbone te leva para dentro do jogo, te tornando uma peça neste game, não apenas um espectador que deve ficar apertando botões.

E para completar, Backbone possui uma narrativa das melhores obras com o tema noir e qualquer fã de cinema, séries ou livros irá se divertir com esse jogo que resgata com profundidade o melhor desse estilo artístico.

O jogo está disponível para Microsoft Windows, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X / S desde outubro de 2021.

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