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Passo a passo

Construindo seu Jogo – Parte I – GDD

Esta é a primeira de uma série de artigos que vão lhe ajudar a desbravar o caminho de como se fazer um jogo. Confira!
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Fazendo um jogo do zero parte 1
(Imagem: Reprodução)
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Introdução

Esta é uma série de artigos dos quais tem a intenção desmistificar o processo de fazer um jogo. A idéia aqui é fazer com que você comece a vencer algumas barreiras e comece a pensar como um game designer e que deseja colocar o seu produto no mercado.

Veja também:

    O seu jogo pode ser digital, analógico, qualquer tipo. O ponto é: mostrar a metodologia e assim possibilitar que você comece um projeto simples e que a partir dele possa aprender os erros e acertos, para depois encarar desafios maiores.

    Isto não significa que você depois destas minhas pequenas lições sairá fazendo o novo “God of War”, mas terá a noção de como iniciar. Vamos falar de ferramentas comerciais e livres, metodologias de produção, armadilhas e acertos dos quais você pdoerá usufruir sem precisar por eles.

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    Por isso, parafraseando novamente o Mestre Galileu da Galiléia: “Vamos cair de cabeça nisso”.

    Uma ideia não vale nada se você não a implementa

    Como eu já falei em um dos meus artigos anteriores:

    Comece fazendo pequenos jogos para você conhecer os problemas, a velocidade de sua equipe e a sua.

    O primeiro ponto é que sua idéia não seja algo muito megalomaniaca ou grandiosa (ouço sempre a idéia do famoso RPG mundo aberto cheio de fases, quests e personagens, NÃOOO!). pegue sua idéia mais simples e a transforme em algo que você possa construir com poucos recursos.

    Que poucos recursos são esses?

    • Um editor de texto ou seu equivalente, o lápis e papel
    • Uma planilha ou seu equivalente, a matemática do segundo grau
    • Seu cérebro
    Foto profissional grátis de ambiente de trabalho, analisar, anônimo

    De posse destes poderosos recursos você poderá começar a sua jornada. A primeira parte no desenvolvimento de seu jogo é o game design, ou seja, o processo de colocar num documento como seu jogo vai se estruturar e como ele vai funcionar nos diversos aspectos importantes.

    Este documento tem um nome e ele se chama Game Design Document, ou como falamos na intimidade, GDD.

    O Game Design Document

    O GDD (ou Game Design Document) é um documento que contém todas as informações relevantes do design de um jogo. Podemos citar algumas como:

    • Estilo de Jogo
    • Mecânicas
    • Público Alvo
    • Plataformas
    • Jogabilidade
    • Desafios/Quests
    • Inimigos
    • Levels

    Estes ítens acima apresentados podem variar de acordo com o estilo de jogo que você vai criar. Isto significa que você poderá ficar dias escrevendo seu GDD detalhando o máximo para que você possa criar o jogo com todos os detalhes. Ou, seu GDD vai ser bem simples, apenas como um documento de orientação.

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    AGORA CUIDADO E MUITA ATENÇÃO NAS ARMADILHAS!

    Acabamos de encontrar a primeira armadilha no Game Design: o GDD muito grande. Um documento complexo e muito profundo se justifica em jogos enormes e com equipes grandes. Assim mesmo pode-se cair numa outra armadilha onde o Game Designer escreve algo confuso, que atrapalha mais do que ajuda.

    Um outro armadilha comum é o Game Designer usar o GDD para escrever a história do jogo, detalhando seu mundo, cidades, etc. Na maioria dos casos isso não é necessário. O mais importante como a jogabilidade, balanceamento do jogo, fases, etc acabam não sendo abordadas e apresentadas.

    Eu já participei de uma banca de trabalho de conclusão de período de uma universidade onde a equipe de Game Design me fez um GDD onde a maioria das páginas do documento eram a história do jogo e do mundo. O resto do que foi apresentado falava muito pouco de como era o jogo e suas características.

    O resultado foi, que a banca reprovou o GDD e foi pedido que ele fosse refeito, pois as informações importantes de como era o jogo em si, não estavam presentes. Pense nisso antes de contar a história de seu jogo.

    Por isso se seu jogo for pequeno um GDD pequeno poderá te ajudar durante a fase do desenvolvimento e ainda ele poderá ser um documento “vivo”. Isto significa que durante o processo você poderá anotar pontos importantes e trabalhar mudanaças que você está vendo na sua primeira tentativa de criar um jogo.

    Com relação ao tamanho de um GDD, como já falamos, não existe consenso com relação a isso. Podem ser apenas algumas páginas ou muito extenso, ( nesse caso se torna um Game Bible) dependendo muito do estilo e do tamanho de jogo que estamos falando.

    Mas e aí ? O que afinal tem dentro de um GDD?

    Um ponto importante antes de responder essa pergunta é: dependo do estilo de jogo que você escolheu criar. Eu já comentei isso acima no artigo. Mediante a escolha (tiro, rpg, palataforma, tabuleiro, cardgame), seu GDD irá mudar. E com isso a resposta a pergunta título acima é:

    Dentro do GDD estará tudo aquilo que você precisa para fazer o seu jogo funcionar.

    De maneira genérica um GDD de um jogo bem completo deverá conter os seguintes ítens, dos quais eu considero essencias:

    • Roteiro
    • Plataforma
    • Publico Alvo
    • Gameplay (Mecânica e afins)
    • Personagens (caso existam)
    • Level design
    • Estilo de Arte (Cartoon, Pixel, 3D)
    • Interface de Jogo, Controles
    • Trilha Sonora/ Sons
    • Accessibilidade (opcional)
    • Monetização/Retenção

    Note que estes ítens são básicos e muito focados em jogos eletrônicos, mas podem ser aplicados em jogos de tabuleiro e cardgames. Esses ítens podem variar e dependendo do que você for fazer. Tudo isso pode caber em poucas páginas, servindo apenas como um roteiro básico para o seu trabalho.

    Jogador Sem Rosto Jogando Dados De Banco Imobiliário Na Mesa

    Tem um artigo bem legal do SENAC, que esmiuça isso de uma forma bem bacana para você começar a pensar no seu trabalho de desenvolvimento de jogo. Ele poderá servir de ponte para você começar a entender como se estrutura o GDD para a criação de seu jogo propriamente dito.

    Palavras Finais

    O seu jogo começa na sua cabeça, e passá-lo para o papel é o primeiro passo. Por isso tente fazer isso de maneira SIMPLES, não perca tempo com detalhes dos quais você não vai utilizar num primeiro momento. Tente ser o mais sintético possível e que tudo que você coloque em seu documento faça sentido.

    Não tenha medo de ERRAR, isso faz parte do processo.

    As vezes um GDD cabe em uma folha de papel e a partir dela tudo e criado. Parece exagero, mas pense que num projeto solitário, o seu GDD é um roteiro de funcionalidades e etapas das quais você vai seguir e a partir daí criar seu jogo.

    A melhor maneira para aprender isso é FAZER o seu jogo. Por isso mãos a obra! O intuito aqui é instigar você a realmente realizar a sua idéia. Por isso press start to begin!

    Em tempo: Em nosso próximo artigo vamos falar sobre ferramentas de desenvolvimento para o seu jogo digital e analógico. Keep in touch!

    Tony Garcia é Game Designer, Educador, Gamification Designer, Especialista em Manufatura Aditiva e em Tecnologias Educacionais.
    Tem mais de 80 jogos desenvolvidos e trabalhou com mentoria em mais de 30 startups de jogos. Atuou em projetos de jogos educacionais e gamificação
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