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Tecnologia

Metaverso: O que diabos é isso?

Esse é um que você vai ouvir cada vez mais daqui para frente. Então, quanto antes aprender um pouco sobre isso, melhor!
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Depois que o Facebook mudou seu nome para Meta, a palavra Metaverso começou a povoar os sites especializados, as redes sociais e as empresas. Aliado a nova tecnologia do NFT, parece que este termo na Internet, nos jogos e nas corporações se tornou a moda do momento.

Muitos especialistas afirmam que o Metaverso será a nova Internet, a nova forma de integração entre as pessoas tanto nos meios sociais, como nas empresas. Apesar de ser considerado um conceito “novo”, o Metaverso já existia antes com o Second Life, lançado em 2003.

Apesar de ser bem antigo o conceito, o que difere agora é que o Metaverso vem rebocado pelo NFT e toda a tecnologia envolvida atual e claro a possibilidade de fazer grana com criptomoedas em jogos, o play to earn, literalmente jogar para ganhar no sentido de lucrar.

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Estamos vendo que a Internet vai ser sacudida por isso, é um fato. Tecnologias como a realidade aumentada e a virtual vão impulsionar isso, sem contar lógico o 5G. Mas como dizia Galileu da Galileia: Vamos cair de cabeça nisso!

O que é Metaverso ?

O termo Metaverso define uma forma iteração que mistura Internet, a realidade virtual compartilhada, geralmente como uma forma de mídia social. O metaverso em um sentido mais amplo pode não se referir apenas a mundos virtuais operados por empresas de mídia social, mas a todo o espectro de uma realidade aumentada.

O termo surgiu no início dos anos 1990 e passou a ser criticado como um método de construção de relações públicas usando um conceito puramente especulativo, mas ainda “superestimado”, baseado na tecnologia existente na época. Um dos exemplos bem interessantes é o do filme Johnny Mnemonic de 1995.

Na sua abertura mostra uma internet ironicamente no ano de 2021, tornando-se bem profética e que retrata de maneira quase que real o que poderemos ter atualmente.

Internet 2021 no Filme Johnny Mnemonic

O curioso é que esta é uma das visões mais interessantes, mas existem outras principalmente com especulações com relação a realidade virtual, muito bem retratadas no filme Jogador Número 1. Ali podemos ver como é um Metaverso em toda a sua plenitude.

How could players move without some kind of rig to enable ...
Imersão no Jogador Número 1

Como falamos anteriormente este conceito está aí desde 2003com o Second Life, tendo todas as possibilidades que o Metaverso das empresas atualmente propõem. Inclusive o Second Life permite que os “jogadores ” criem ítens para venda, customizem seus avatares, e por aí vai. O interessante é que já podiam ganhar dinheiro com isso.

Second Life - Viquipèdia, l'enciclopèdia lliure
O Second Life

Quando falamos em dinheiro, é que na atualidade o Metaverso começa a ter uma relevância muito interessante com o NFT e as criptomoedas. Nesse caso começa uma verdadeira revolução no que diz respeito a exclusividade e ganhar grana com a Internet/ Metaverso.

Um token não fungível (Non Fungible Token) é um tipo especial de token criotgráfico baseado em blockchain (utilizado em criptomoedas) que representa algo único. Diferentemente das criptomoedas  e de vários outros tokens utilitários, os NFTs não são intercambiáveis, gerando algo extremamente exclusivo.

Um NFT, como o dinheiro, pode ser trocado por outro. Qualquer moeda pode ser substituída, desde que de mesmo valor. Já os itens infungíveis são como as obras de arte, objetos raros, exemplares únicos, etc. O token não fungível representa algo específico e individual, e não pode ser substituído.

Você imagina o seguinte, eu faço um avatar único exclusivo, do qual e amarro ele a um NFT, pronto aquilo é meu, não podendo ser duplicado, copiado, etc criamos a forma de termos algo virtual único e exclusivo “de verdade”. Essa tecnologia tem sacudindo muito o metaverso, principalmente nos games.

Imagine ter uma carta de jogo única, uma arma única, uma armadura única. Por exemplo, imagine se a Balenciaga faz uma skin virtual exclusiva para seu avatar de Freefire e você compra por alguns milhares de dólares sob a forma de um NFT. Louco não?

Pois é este um dos aspectos interessantes que o Metaverso (juntamente com os jogos) querem explorar e fazer negócios de milhões. Na realidade isso já está acontecendo, como por exemplo em jogos como o Sandbox. O marktplace de itens do jogo é todo baseado em NFT.

Mas além disso que outro aspecto o Metaverso pode atuar com tecnologias imersivas e mundos virtuais? A resposta é nas grandes empresas e nos jogos.

A Pandemia e o Home Office

Com a popularização do Home Office devido a pandemia, muita gente descobriu que não precisa mais ir a empresa para trabalhar, pode fazer isso muito bem de casa. Muitos colaboradores falam em até mudar de empresa caso não possa ficar em home office. O próprio Google estuda um modelo híbrido de trabalho.

Alguns motivos alegados pelos colaboradores são: a qualidade de vida, a fuga do transporte e transito caótico, estar mais presente na família e ainda: a possibilidade de mudança para cidades menores e menos violentas, comparadas aos grandes centros urbanos.

Nesse ponto o Metaverso começa a ser apontado como uma forma de integração de muitas empresas. Já existem corporações adotando um modelo híbrido com a filosofia do Metaverso como elemento de ligação entre os colaboradores.

Já se fazia muito isso no Second Life, mas agora com a Internet mais rápida, está se tornando muito comum reuniões virtuais, eventos, até escritórios virtuais como a nova forma de trabalhar. Isto é uma outra oportunidade que se apresenta.

Além disso a utilização de realidade aumentada e virtual tem contribuído para diversas atividades como treinamentos, simulações (a indústria de petróleo que o diga), palestras, etc. Mas a coisa não para por aí, pois precisamos falar de cryptogames.

E para a indústria de jogos?

Os principais atores hoje nesta onda de Metaverso são os jogos. O NFT já faz parte de diversos títulos, como o Sandbox o CryptoKitties. A verdade é que se abre diversas possibilidades para os artistas, desenvolvedores, game designers e profissionais da área de jogos.

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Crypto Kitties

Já há uma série de jogos de cryptogames com marktplaces e com a filosofia de play to earn. Aliás precisamos falar sobre isso. Listamos abaixo os conceitos básicos deste estilo de jogo:

  • O risco é baixo;
  • Os jogadores salvam sua pontuação em blockchain, risco de falha igual a 0;
  • Todos os itens são escassos e baseados em NFT;
  • O prazer de possuir algo e único é uma das bases do processo (mesmo sendo digital)
  • Os itens podem ser vendidos, removidos ou destruídos.
  • Alguns jogos permitem que o jogador aposte criptomoedas internamante e diretamente no jogo, ganhando juros para comprar outros itens do jogo ou apenas retirá-los.

Ou seja, é uma nova forma de jogar e ganhar grana, contudo ainda este tipo de modalidade não é muito popular em nosso país, mas tende-se a se tornar em pouco tempo algo muito rentável Imagine fazer um ítem único de jogo baseado em NFT e vendê-lo por dinheiro de verdade?

Há uma nova indústria surgindo dentro deste conceito de Metaverso, possibilitando simplesmente ganhar dinheiro com coisas virtuais, que não existem. É um pouco assustador, mas é uma tendência mais do que real.

E o que mais?

Eu acredito que estamos vendo uma nova fase da Internet. Cada vez mais a imersão, a virtualização da moeda, das coisas, da conivência física-digital vão se tornar reais. Imaginem quando o 5G chegar, poderemos ter dispositivos dos quais nos integrem de formas ainda não pensadas.

Mas isso me preocupa, pois temos uma geração viciada em smartphones, grudadas nas telas, movida por “influencers” e redes sociais. O que trará um mundo imersivo dentro de um Metaverso global? Sinceramente é algo que não me atrai e me dá medo.

Hoje já vemos as redes sociais como o Facebook sendo utilizada de maneiras nada claras, instigando um discurso de ódio baseado em algoritmos nada transparentes. Imagine um ambiente mais imersivo o que pode causar? A verdade é que estamos no limiar de uma nova e assustadora fase.

Os próximos anos vão mostrar quais os desafios e problemas que teremos com o Metaverso, mas a verdade é que ele veio para ficar.

Até nosso próximo artigo!

Tony Garcia é Game Designer, Educador, Gamification Designer, Especialista em Manufatura Aditiva e em Tecnologias Educacionais.
Tem mais de 80 jogos desenvolvidos e trabalhou com mentoria em mais de 30 startups de jogos. Atuou em projetos de jogos educacionais e gamificação. Atualmente é diretor de projetos da Riogamer, Associação de Games e E-Sports do Rio de Janeiro.

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