Quarenta anos após aterrizar nos fliperamas, o game Space Invaders tem novos planos de abdução em 2019. O primeiro já foi feito e é na parte clássica dos games: Space Invaders é oficialmente um jogo de tabuleiro. O outro plano, contudo, requer minúcia: Pousar nas telas de cinema em breve. Nada mal para um jogo com uma história simples dentro da tela, mas extremamente vasta fora dela.
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O game dos bichos invasores conta com uma séries de curiosidades que muitas vezes beiram o absurdo, ainda que para a época. Confira abaixo onze delas que ajudaram a construir a história sobre um dos jogos mais influentes de todos os tempos:
O criador nasceu durante guerra de humanos contra humanos
Space Invaders foi criado pelo japonês Tomohiro Nishikado, engenheiro nascido em Kishiwada (cidade da província de Osaka) em 31 de março de 1944 e formado pela conceituada Universidade de Tóquio Denki. Nascido na época da 2ª Guerra Mundial, o pequeno Tomohiro mal saia que criaria um game de guerra, mas de aliens x humanos.
Nishikado também é um “alien”
O título acima não é considerado exagero se for levado em consideração que Nishikado fez literalmente sozinho o jogo. “Sim, fiz tudo sozinho. Naqueles tempos isso era padrão.
Assim, você economizaria nos custos de pessoal e, com as ferramentas sendo feitas à mão, custou quase nada.”. Assim, é correto dizer que ele fez o jogo sozinho, tendo programado, desenhado, cuidado dos sons e montado o hardware do zero.
Inspiração em jogo de Steve Jobs
Embora o criador de Space Invaders tenha dito que se inspirou em vários jogos para criar sua obra, ele mirou um em especial: Breakout.
O jogo teve sua placa de circuito criada por ninguém menos que Steve Jobs, além de seu amigo Steve Wozniak, com quem mais tarde viria a fundar a Apple. O objetivo de Tomohiro era fazer algo melhor que Breakout. Conseguiu.
Caminhões de ficha
Embora o jogo seja reconhecido como um clássico de Atari por muitos, sua origem foi no fliperama. E nesse espaço, Space Invaders era de fato uma febre naquela época. O próprio criador do jogo chegou a testemunhar uma cena que considera chocante:
Um caminhão de moedas de 100 ienes (usadas como ficha na época) chegando a um fliperama para abastecer as máquinas. De acordo com Tomohiro, o veículo estava baixo diante de tanto peso.
O testemunho de Tomohiro reforça uma lenda urbana que conta que essas moedas começaram a ficar raras pelo Japão, pois as mesmas ficavam estocadas nas máquinas de fliperama.
Jogo espacial hoje ocupa pouco espaço
Com modestos 9k de tamanho, uma cópia digital de Space Invaders, que anteriormente ocupava um cartucho robusto, hoje caberia com vasta folga nos pendrives atuais. Só para se ter uma ideia, um pendrive de 10GB poderia abrigar mais de 1,1 bilhões de cópias do jogo. No super HD que caberia todos os jogos da franquia PlayStation… é melhor nem pensar.
Vendeu MENOS que o fiasco ET
Quem viveu ou acompanha notícias sobre os jogos retro certamente em algum momento já deve ouvido falar do jogo de ET, e do fracasso épico que foi.
Cercado de muita expectativa, o jogo inspirado no personagem de Steven Spielberg foi um flop tão grande que saiu mais barato enterrar o estoque.
De acordo com a Tec Toy, Space Invaders, embora não tivesse os mesmos holofotes, vendeu ainda menos que seu parça espacial. As regras para o sucesso no espaço também são, de fato, relativas.
Vendeu pouco, mas agradou muito
Embora as vendas não tenho atingido o esperado dentro do segmento console caseiro, o game foi eleito o jogo do ano pela revista estadunidense Electronic Games, em 1979.
Fliperamas exclusivos
A popularidade do game em Tóquio foi tão grande que os invasores espaciais invadiram outras máquinas. A demanda foi tão grande que muitas casas de fliperama ficaram exclusivamente dedicadas ao game.
O primeiro do arcade pra um console caseiro
Ainda que bons jogos já existissem nos fliperamas antes de Space Invaders nascer, o game de Tomohiro não respeitou os veteranos, sendo o primeiro jogo da história a migrar do fliper para um console caseiro.
O jogo quase não existiu
Esse tópico é mais uma simulação na base do “se”, que leva em consideração uma proposta financeira recebida por Tomohiro. Em 1974, durante uma visita a uma feira nos EUA, Tomohiro encontrou, Nolan Bushnell, presidente da Atari, mas não sabia quem ele era.
Contudo, foi do vice-presidente da Atari que ouviu uma proposta tentadora. Ao ser perguntado se ele gostaria de trabalhar nos EUA (ao lado de Steve Jobs e grande elenco), Tomohiro respondeu com outra pergunta: Qual seria o salário? A resposta veio com um valor entre 5 e 6 vezes mais alto do que o japonês recebia na Taito, onde trabalhava.
Tomohiro brinca que se não fosse casado teria encarado a aventura, mas diante das prováveis dificuldades de adaptação, desistiu. Assim, caso tivesse aceito o convite, provavelmente as situações que se desdobraram para que Space Invaders fosse criado jamais teriam existido. A cultura gamer deve essa para a senhora Nishikado.
Kojima e Shigeru Miyamoto agradecem
O último tópico reforça o legado e a influência do game na história. Personalidades como Hideo Kojima e Shigeru Miyamoto, criadores de Metal Gear e Mario, devem alguma parte de sua criatividade aos invasores espaciais.
Kojima revelou que Space Invaders foi seu primeiro jogo, já Shigeru disse em várias oportunidades que o game o fez conhecer o universo dos games.