Se há uma memória peculiar que marcou, de fato, a geração dos consoles de 16 bits, são as lembranças referentes às capas de jogos dessa época. Intrigantes, conceituais, coloridas, detalhadas e sobretudo um tanto “exageradas” quanto a fidelidade do que se iria constatar ao conectar o cartucho, o fato é que elas iconizam toda uma fase do que hoje é o retro.
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E a fim de matar a curiosidade de quem um dia se perguntou quem era o responsável por desenhos tão caprichados – feitos no modo raiz , isto é, no papel mesmo, sem auxílio de softwares – a TECTOY, distribuidora oficial desse conteúdo na época, resolveu fazer uma postagem especiaal sobre o artista responsável por estilizar parte desses saudosos pixels.
E para a boa surpresa de quem gosta de se sentir representado nos games, trata-se de um hermano sulamericano. Boris Vallejo, peruano nascido em Lima, em 1941.
História
Vallejo começou a desenhar aos 13 anos e com 16 já tinha trabalhos profissionais. Então adolescente, frequentou a Escola Nacional de Belas Artes do Peru antes de imigrar para os Estados Unidos, em 1964. Lá, o peruano trabalhou ilustrando personagens clássicos dos quadrinhos da época como Tarzan, Conan o Bárbaro, Doc Savage e vários outros.
A especialidade em temas de fantasia e ficção científica, onde predominava a figura dos corpos bombados, logo chamou a atenção de vários tipos de empresas. Assim, entre encomendas para cartazes de cinema, capas de livro e afins, não demorou para aparecer a primeira oportunidade para ilustrar capas dos consoles da época. Relembre algumas:
Star Control – Mega Drive (1990)
Portfólio honroso
Conforme foi citado anteriormente, Vallejo também colaborou com outras obras de relevância nesse cenário. Confira alguns trabalhos que ilustram a habilidade que o peruano tem ao retratar os corpos com a tinta óleo.
Inspiração
Diante de tanta perfeição para retratar corpos esculturais no papel, é natural se perguntar de onde vem tamanha inspiração ou referência. No caso de Vallejo, ele teve na pessoa que viria a conhecer uma verdadeira musa inspiradora.
Em meados dos anos 90, Boris conheceu a então fisiculturista Julie Bell, que diante do fato de também ser ilustradora, se mostrou o player dois perfeito do peruano, com quem ela se casou em 1994.
Desde então, Julie serviu de modelo para muitos de seus trabalhos, chegando também a fazer trabalhos junto com o marido. Todavia, Julie também ilustrou algumas capas de console da época. “Eternal Champions”, “Splatterhouse 3” para Mega e “Ax Battler: A Legend of Golden Axe” para o Game Gear, são algumas obras da artista, que até hoje trabalha com o marido.
O trabalho da dupla pode ser acompanhado através de seu site oficial.
Até o momento, a postagem da TECTOY já rendeu quase 300 reações positivas, 100 compartilhamentos, algumas comparações com rótulos de Catuaba e incontáveis viagens no tempo.