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E3 gera reação após tweetar lista insultuosa de jogos que as mulheres jogam

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Mulher jogando
Imagem: Divulgação
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Em um intervalo de horas, a E3 twittou e depois excluiu um link para um artigo intitulado “Os jogos que jogamos! 25 jogos online que as mulheres gostam” da cultura pop e estilo de vida Parade, gerando uma revolta quase instantâneo de jogadoras e pessoas da indústria. O artigo destruiu os estereótipos de gênero, indicando que os jogos mais populares que as mulheres jogam incluem jogos de cartas, jogos de fazendas e jogos de cultura pop.

O evento da E3 não aconteceu este ano, o que levou muitos editores de jogos a lançar trailers e atualizações por meio de seus próprios streams independentes. A audiência para os vários streams e anúncios foi extremamente alta, alguns superando os números anteriores de vídeos específicos da editora na E3 2019. Na ausência deste ano do evento, a conta do Twitter da E3 tem se dedicado a tweetar e promover lançamentos e atualizações de games.

Na tarde de ontem (18), a E3 tuitou e excluiu um link para um artigo da Parade (que agora tem um link para um artigo diferente do mesmo autor) intitulado “Os jogos que jogamos! 25 jogos online que as mulheres gostam”. Para resumir, o artigo da Parade propõe a apresentação de 25 jogos online gratuitos que as mulheres jogam, com depoimentos de jogadoras, desenvolvedores de jogos, etc.

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A lista é confusa desde o início. A premissa inicial dos jogos online gratuitos é imediatamente colocada em xeque pela menção de Animal Crossing: New Horizons, que definitivamente não é gratuito para jogar e também requer um console.

O primeiro jogo desta lista, – PASMEM – é o Sudoku, enquanto no início todos os outros jogos são de estilo de vida, como o de cartas ou de culinária. Desde então, a E3 emitiu um pedido de desculpas por “perpetuar um estereótipo prejudicial” e uma promessa de “fazer melhor“.

Os jogos listados no artigo não são culpados, nem as pessoas que os jogam e gostam deles. Há uma tendência distinta de envergonhar mulheres e meninas não apenas pelo ato de jogar, mas também por desfrutar de coisas que são percebidas como “para mulheres“, o que apenas cria um ciclo de feedback negativo.

A diversão derivada dos títulos no artigo não pode ser invalidada. O que é preocupante sobre o artigo é a maneira como ele coloca em estereótipos misóginos e prejudiciais sobre “o que as mulheres querem” e falha em reconhecer o escopo e a amplitude das jogadoras e seus interesses.

As mulheres são uma grande maioria em games como Stardew Valley e Sayonara Wild Hearts, mas também estão – e muito presentes como pode-se ver em várias publicações -, em Fornite e Warframe (ambos são gratuitos para começar a jogar). Vale também destacar que os jogos sempre serviram de uma forma de UNIR as pessoas.

Desde os primeiros videogames lançados até as gerações atuais, os games sempre foram vendidos para a família, como diversão online e nunca existiram títulos escritos “apenas para meninos ou meninas”. Qualquer um – desde que tenha idade suficiente -, pode jogar um DOOM, The Witcher, Sonic ou Mário.

O que torna algo perigoso o fato de a E3 ter retuitado, em uma plataforma tão pública, não foi apenas ignorante por parte dela, mas também potencialmente alienante para as seguidoras do evento, bem como para as desenvolvedoras e criadoras de jogos que tanto fazem pela indústria.

Se a E3 realmente lamenta perpetuar estereótipos prejudiciais e quer fazer melhor no futuro, talvez deva fazer uma pequena pesquisa sobre um grande segmento da população de jogadores antes de sair publicando para atrair números. A história já está cansada deste tipo de desculpa depois de ter feito algo de muito errado.

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