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Entrevista com Yu Suzuki, designer de Shenmue III

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Shenmue III
Imagem: Playstation
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Shenmue III chega para PS4 dia 19 de novembro, continuando a história de uma das séries mais influenciadoras dos games. E para preparar o palco, a Playstation conversou com Yu Suzuki, o lendário designer cujo nome aparece em dezenas de títulos incluindo Virtua Fighter, Out Run, Daytona USA, e After Burner, e que mais recentemente dirigiu o Shenmue original, sua continuação de 2001, e agora Shenmue III.

Suzuki contou para o Playstation.Blog seus planos para a série, os projetos dos quais ele mais se orgulha, e sua opinião sobre empilhadeiras. Nesta terceira aventura da épica série Shenmue, Ryo tenta desvendar o mistério por trás do Espelho da Fênix, um artefato que o assassino de seu pai deseja encontrar. A jornada de Ryo o leva até uma representação imersiva da China rural, repleta de movimento e cercada por lindas paisagens.

A aventura o faz ir até vilas montanhesas e cidades onde ele pode aprimorar seu treino, tentar fazer apostas, jogar fliperama e trabalhar meio período ao mesmo tempo em que fala com aqueles que sabem a verdade sobre o Espelho da Fênix.

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Confira a entrevista

Pode nos falar sobre como começou nos games, e como chegou até o desenvolvimento do Shenmue original?

Yu Suzuki: A principio, queria um emprego como engenheiro de sistemas de uma grande empresa de computadores na época, e até tive algumas entrevistas, mas também aceitei uma entrevista em uma empresa de games — que por acaso chamava-se SEGA. Como a entrevista foi interessante, optei pelo emprego na SEGA. Meu trabalho inicial era focado quase exclusivamente em jogos de arcade, onde as partidas são curtas, e o ímpeto de mudar veio quando me encontrei querendo trabalhar com um RPG para consoles, onde teria o tempo necessário para transmitir mensagens.

Shenmue III está planejado como o final da série, ou você cogita continuar a saga de Ryo no futuro?

YS: A série não terminará com Shenmue 3. Terminar a história com pressa aqui faria um jogo muito raso. Espero continuar a série enquanto as pessoas tiverem interesse.

Revisitando o anúncio durante a conferência da PlayStation na E3 de 2015, ainda é incrível ver os vídeos da reação dos fãs quando Shenmue III foi anunciado. Quatro anos depois, que tipo de efeito o suporte dos fãs teve em você, ou no desenvolvimento do jogo?

YS: Fiz o game com a imagem dos fãs alegres sempre em mente, e isso fez com que Shenmue III crescesse em tamanho e qualidade. Estou confiante que este Shenmue é ainda melhor.

Você esteve diretamente envolvido com alguns dos jogos que mais influenciaram os últimos 35 anos, incluindo Outrun, Virtua Fighter, Daytona USA, e, claro, Shenmue — entre muitos muitos outros. Olhando para trás, quais são alguns dos projetos dos quais mais se orgulha?

YS: Virtua Fighter e a série Shenmue. E espero que agora, com Shenmue III, todos que jogarem encontrem um espaço para ele em seus corações.

Há algum segredo em algum jogo seu do passado que permanece secreto?

YS: Sim, há. (E continuarão assim.)

Sendo uma figura tão importante na indústria dos games desde o início, há alguma tecnologia ou tendência que está particularmente curioso ou que te interessa?

YS: Sensores de ondas cerebrais, hologramas, IA, automóveis e aparelhos com telas dobráveis, só para dizer alguns.

Que emoção espera que as pessoas sintam logo após terminarem Shenmue III? Acha que a maioria dos jogadores terá a mesma reação?

YS: Seria bom se os jogadores se sentirem como se estivessem voltando de uma jornada. Se correr pelo jogo, há boa chance de ficar estressado. Mas, se for devagar, a experiência será uma de tentar tudo que o jogo tem a oferecer.

O Shenmue original foi visto como um avanço em termos de tecnologia e narrativa. Você abordou o desenvolvimento daquele jogo de um ângulo narrativo ou tecnológico primeiro? E Shenmue III?

YS: Muitas vezes há o desejo de se fazer algo novo, e isso necessita nova tecnologia e traz novos desafios. Em Shenmue III, tivemos novos desafios para vencer.

O que, em sua opinião, Shenmue contribuiu para o DNA da indústria dos games, seja algo científico, um modo de narrativa, a inclusão de verões fiéis de clássicos dos arcades, ou algo diferente?

YS: Após Shenmue I & II, a expressão “mundo aberto” começou a ser usada. Com ela, há muitos elementos de jogo que podem divertir. Muitas pessoas dizem que esse estilo teve um grande impacto nos games futuros, e me sinto honrado.

Como o sistema de combate de Shenmue III evoluiu desde que iniciou o projeto?

YS: Para fazer o sistema de combate de Shenmue III se encaixar em um RPG, tivemos que criar o sistema de combate do zero. Ele é feito para pessoas que não são mu8to boas necessariamente em jogos de luta, de maneira que ao aumentar seu nível, pode ficar confiante que conseguirá continuar a história. As pessoas que estão acostumadas com o sistema de VF2, por exemplo, podem não sentir tanto, mas é assim que vejo a evolução de Shenmue.

Sua opinião sobre empilhadeiras mudou nos últimos 20 anos?

YS: Não entendo a empilhadeira ser o foco de tanto amor e atenção. Não entendo mesmo. (risos)

Pode nos falar sobre o desenvolvimento da trilha sonora de Shenmue III? Seguiu um processo similar aos dos outros jogos da série?

YS: Desta vez pode parecer que não há tantas faixas novas, mas na verdade há. Espero que todos gostem delas.

Qual um exemplo de um detalhe de Shenmue III que você acha que vai melhorar a experiência dos jogadores?

YS: Pediria a todos que joguem com calma e não se apressem. Quando encontrarem algo que gostem, parem e aproveitem o máximo possível, e tentem tudo que o jogo oferece. Por exemplo, se é alguém que não gosta de apostas, tente em Shenmue e talvez se divirta.

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