Infelizmente o universo dos jogos ainda parece sofrer com o preconceito de algumas pessoas, e uma delas, provavelmente por falta de informação, é o atual presidente Lula. Em uma fala sem nada que comprove e totalmente generalizada, o presidente afirmou durante uma de suas reuniões que “não tem game falando de amor”.
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Embora a reflexão se baseie nos jogos do tipo Battle Royale (jogos online onde gamers se reúnem em time para matar outros oponentes), o universo dos jogos já demonstrou lições que vão e muito ao oposto disso.
O que o presidente disse sobre os jogos não falarem de amor
“Quando meu filho tem 4 anos e ele chora, o que eu faço para ele? Dou logo um tablet para ele brincar. Ensino logo um joguinho. Não tem jogo, não tem game falando de amor. Não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar. É cada vez muito mais mortos do que na 2ª Guerra Mundial. É só pegar o jogo da molecada, o meu filho, o filho de cada um de vocês“, disse ele no Palácio do Planalto, sobre ações integradas de proteção nas escolas.
Jogos mataram mais do que a 2ª Guerra Mundial
Dizer que os jogos mataram mais que uma guerra, foi apenas uma forma de aumentar o seu discurso. Apenas para contextualizar, no total, cerca de 40 milhões de civis perderam a vida no conflito, que durou de 1939 a 1945. Cerca de 20 milhões de soldados, quase metade deles russos, também perderam a vida. Não dá para afirmar de forma alguma que mais de 40 milhões de pessoas morreram por “culpa” dos jogos.
Jogos falam sim de amor
Independente disso, toda forma de entretenimento fala sim sobre o amor. Assim como todos os novos meios de comunicação em sua época, os videogames sofrem com afirmações que eles geram violência. Foi assim com o cinema, a TV, os quadrinhos, livros, entre outros. Terceirizar um problema social para o universo de jogos é fácil. Mas ir atrás dos reais motivos que levam a violência, parece ainda ser algo “complicado”.
Vale destacar, que os jogos falam sim do amor. E não apenas do amor, já que em sua grande maioria na atualidade, eles servem para unir as famílias e se divertirem em vários gêneros. Também podemos lembrar, que a indústria de jogos foi uma das principais formas de ajudar as pessoas a se aproximarem online e manterem contato durante o Covid-19. Por isso, apresentamos abaixo, 5 jogos que falam sobre o amor!
5. Florence
Florence conta histórias mais comoventes em sua hora de execução do que a maioria dos jogos AAA em mais de 30 horas. Um romance visual interativo, Florence mostra a ascensão e queda de um relacionamento entre dois jovens de vinte e poucos anos. A personagem principal caiu em uma rotina monótona de trabalho, jantares na TV e desentendimentos com a mãe por telefone.
Então, ela se depara com um violoncelista no parque chamado Krish, e seu relacionamento começa a florescer. Os elementos interativos do jogo são simplistas, mas profundos. Cada bolha de diálogo deve ser montada usando peças de quebra-cabeça. O número e as formas das peças mudam de acordo com o tom e a dificuldade da conversa.
É sutil, mas mostra uma imagem surpreendentemente vívida de como é se apaixonar pela primeira vez. Florence observa com precisão a perfeição que sentimos quando encontramos pela primeira vez aquela pessoa verdadeiramente especial. E então cataloga a queda do relacionamento, com igual destreza.
Completado por uma trilha sonora estelar e um estilo de arte brilhante e acolhedor, é incrivelmente identificável e um dos melhores exemplos de uma história de amor bem feita em videogames. Florence está disponível para iOS e Android.
4. Halo
A história de amor em Halo é bastante pouco convencional quando comparada a outras nesta lista. No entanto, é impossível ver a relação entre o super soldado geneticamente modificado, o Master Chief, e sua companheira de IA, Cortana, como algo diferente de um romance.
Embora Cortana – quando ela não é uma voz desencarnada – se manifeste como uma minúscula mulher de holograma azul e o Master Chief seja o arquetípico protagonista masculino estoico que nunca tira sua armadura, os dois confiam, dependem e cuidam um do outro acima – e às vezes às custas de – todos os outros.
O quarto jogo da franquia Halo se concentra quase inteiramente em seu relacionamento. Enquanto a dupla luta bravamente para ficar junta, no final, as probabilidades impossíveis vencem, transformando sua história de amor em uma tragédia de cortar o coração, famosa por fazer até mesmo o mais duro dos jogadores derramar uma lágrima.
3. Journey
A história de Journey é contada, sem qualquer texto ou narração, por cutscenes ao longo das seções. O personagem, sobre o qual nada é revelado, inicia a jornada num ambiente isolado e abandonado. A uma longa distância, eleva-se uma grande montanha com uma fenda brilhante a dividir seu cume.
Este é um dos jogos mais simples, principalmente em sua história. Em uma primeira olhada, ele não é nada. Gráficos simples, um único personagem, sem narração… mas… Quando o jogador começa a partida, algo toma conta dele. Journey possui uma excelente trilha sonora, um objetivo simples e intimista, que de modo geral, fala sobre a jornada pessoal de um personagem, ou de nós mesmos.
Esta é um dos melhores jogos onde os jogadores acabam por se tornar os protagonistas e que o amor é definido em se amar e não buscar a “sua cara metade”.
2. To the Moon
Simplificando, To the Moon conta uma das histórias de amor mais comoventes em um videogame. Johnny Wyles quer ir à lua antes de morrer, e a Sigmund Corp. tem a tecnologia para colocar a memória de fazê-lo em sua mente. Em vez disso, as verdadeiras memórias de Johnny contam uma história de amor para sempre.
Sua namorada de infância, River, morreu alguns anos antes, após o que foi visto como um casamento infeliz. À medida que o jogo entra e sai do espaço e do tempo, retrocedendo na vida de Johnny com River, temos uma compreensão muito mais clara do estranho desejo de Johnny de alcançar a lua. O amor compartilhado entre Johnny e River é um exemplo estelar de romance de videogame bem feito.
Você pode querer manter uma caixa de lenços à mão. To the Moon está disponível para PC, iOS e Android.
1. Mass Effect
Embora esta não seja uma lista ordenada, devemos admitir que esta série acabou ficando muito bem para o final. A trilogia Mass Effect, da Bioware, coloca o jogador no papel do Comandante Shepard: um soldado humano com carenagem espacial em uma missão para salvar a Terra e toda a vida na galáxia de uma ameaça misteriosa.
Em cada jogo, as escolhas que você faz como Shepard e os relacionamentos que você estabelece com os NPCs se baseiam uns nos outros de um jogo para o outro de uma maneira que nenhuma outra série jamais realizou. Shepard estabelece amizades e rivalidades, uma reputação e relacionamentos românticos que têm efeitos em cascata ao longo da série.
Um das opções de romance favorita dos fãs é com o seu companheiro de tripulação alienígena – Garrus Vakarian. Garrus pode parecer um dinossauro espacial, mas suas brincadeiras espirituosas, cuidado genuíno e respeito sincero por Shepard são tão cativantes que é garantia que você não ficará preso aos detalhes do namoro interestelar por muito tempo.
Ainda existem centenas de outros jogos que falam sobre o amor em todas as suas formas, como The Sims 4, The Witcher, até mesmo jogos de guerra em geral, de terror entre outros. Lógico que existem títulos violentos, mas estes possuem censura de idade. Além disso, os games além de serem uma forma de entretenimento, também são para darem exemplos.
Heróis e heroínas que vão além de suas obrigações em busca do melhor para a sua nação ou família. Aqueles que lutam pelo bem comum ou que estão lá para evitar a guerra. E também com temas que muitos preferem não discutir como a depressão e o suicidio.
Também ajudam na coordenação física com seus jogos esportivos, no aprendizado de línguas e movem um mercado de trabalho gigantesco. Desta forma, é mais do que louvável que além de nosso presidente, as pessoas olhem de outra forma para este vasto universo de jogos.
