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Choro, licença médica, xingamento e assédio: Jornal francês aponta liderança tóxica na Ubisoft

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Ubisoft
A empresa enfrenta uma onda de acusações sérias.
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A imprensa internacional voltou a jogar mais lenha na fogueira de um assunto que está deixando uma parte da Ubisoft muito desconfortável: os reais motivos da saída do francês Michel Ancel, criador de Rayman and Beyond Good & Evil, da empresa.

Na semana passada, a Ubisoft anunciou que Michel Ancel ia deixar a o seu cargo de 30 anos para trabalhar em um santuário de vida selvagem. Curioso e inusitado, mas ok. Contudo, um novo artigo do Libération, jornal francês, colocou outras informações na mesa ao relatar que isso aconteceu após uma investigação de queixas que o acusavam de liderança tóxica.

Ainda de acordo com o Libération, muitas das reclamações estão relacionadas ao suposto comportamento de Ancel durante a sua gestão na criação do game Beyond Good and Evil 2. Nesta fase, Ancel teria causado constantes mudanças e flutuações no escopo, levando a “uma quantidade incomum de exaustão, depressão e esgotamento [da equipe]”.

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O CEO da ICO Partners, Thomas Bidaux, colocou em sua conta no Twitter mais algumas traduções desses apontamentos feitos, onde cita um membro da equipe do Beyond Good and Evil 2 dizendo: “Eu vi uma boa dúzia de pessoas com licença médica, provavelmente mais … Presenciei pessoas com lágrimas nos olhos, acontece com frequência por lá.”.

Outra fonte confirma outras ações tóxicas do gestor: “Ele é capaz de explicar a você que você é um gênio, que sua ideia é ótima, e então ele pode separá-lo em reuniões dizendo que você é um pedaço de merda, que seu trabalho não vale nada, e não falar com você por um mês.

Diante disso, o clima teria andando tão tenso que foram chamados gerentes adicionais para intermediar a relação diária entre o chefão e sua equipe. Procurada pela Kotaku, a Ubisoft confirmou que uma investigação sobre o comportamento de Ancel estava “em andamento”. Contudo, a informação vai contra a primeira versão anunciada como motivo da saída do linha dura.

Acusado se defende: ciúme e fake news

Ancel chegou a falar ao Libération a sua versão dos fatos, mas foi na sua conta do Instagram que ele disparou contra o jornal francês.

Pegue algumas pessoas com raiva e ciúme e deixe-as falar em nome de centenas. Publique as notícias rapidamente para que combinem com o assédio sexual de outras notícias da Ubisoft. Isso é sério? É isso que você esperava de jornal de circulação nacional? Vou lutar pela verdade porque essas denúncias são uma pena. Trabalhei muito em todos os meus projetos e sempre tive respeito pelas equipes” diz o ex-funcionário, que continua argumentando a seu favor no restante do texto, dizendo que não gerenciava equipes e que teria passado anos defendendo trabalhos já feitos no game em questão. Michel Ancel está furioso com o jornal francês e promete “lutar contra cada linha dessa notícia”.

O que diz a diretoria da Ubisoft

O escândalo na França joga mais holofotes em cima do alto escalão da empresa, que já se encontrava diante de outras acusações também gravíssimas, quando funcionários denunciaram outras condições de trabalho tóxicas na empresa, incluindo alegações de má conduta sexual grave dirigida a membros da alta administração.

Diante disso tudo, Yves Guillemot, CEO da Ubisoft, disse que estava “determinado a fazer tudo em [seu] poder para garantir que todos na Ubisoft se sintam bem-vindos, respeitados e seguros“.

O próximo grande jogo a ser publicado pela Ubisfot é Watch Dogs Legion, que chega ao mercado 29 de outubro de 2020. No forno, está Assassin’s Creed Valhalla, que está sendo desenvolvido pela unidade canadense em Montreal, mas que também tem suas polêmicas.

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