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Comercial de 1995 mostra que nunca foi fácil comprar um videogame no Brasil

A coisa melhorou um pouco, mas ainda tá no modo hard para muitos bolsos
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Bil Gates campanha publicitária do Xbox
めずらしいところで会いしましたね (a gente se conheceu num lugar inusitado, hein?) . Peça publicitária de Bil Gates para anunciar o Xbox. Fonte: Game Watch
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Quem hoje olha os preços de um PS5, Xbox Series ou ainda um Nintendo Switch pode achar que está sendo vítima de uma injustiça e tanto. E realmente, por mais que o governo tenha anunciado medidas que reduziram o preço de itens deste mercado, ter um videogame no Brasil ainda é muito caro. Mas será que foi sempre assim ou já este até pior?

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    Um comercial regatado nos últimos dias e que tem circulado pelas redes sociais dá uma pista que os mais velhos já sabiam: Comprar um console do ano sempre foi uma coisa nível hard para a maioria dos bolsos-BR. O vídeo, provavelmente datado de 1995, mostra uma loja de brinquedos anunciando os videogames da época e alguns jogos com ares de ‘promoção’.

    Na época, consoles como Neo Geo, PlayStation e 3DO eram o que havia de melhor para se jogar, e seus jogos consequentemente acompanhavam o desafio de ter a brincadeira em casa. O PlayStation 1, por exemplo, era vendido nesta loja do vídeo por nada menos que R$790 ou 4 parcelas de R$ 195,50. Confira abaixo:

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    Comercial da brinquedos Laura para o Dia das Crianças, no distante 1995.

    O quanto isso doía na época?

    Bil Gates em evento do Xbox
    Bil Gates em evento do Xbox

    Para efeito de comparação, vale a pena colocar passado e futuro lado a lado para tirar as conclusões. E para isto, o mais indicado é considerar o salário mínimo de cada época e ver o quanto isso impactava na realidade de cada momento.

    Começando com o PS1, de acordo com o site Auditec, em maio de 1995, a Lei nº 9032 cravou um salário mínimo de R$100. Ou seja, ter um videogame desses demandaria mais de meio ano de trabalho de alguém que vivesse sob essa condição, que dificilmente gastaria zero reais por mês para manter esse foco.

    O quanto isso dói atualmente?

    Atualmente, o salário mínimo está R$ 1.100,00, de acordo com a MP nº 1021, de 2020. E pegando como base o caçula da franquia PS, ainda no hype de seu lançamento e inflacionado pela escassez do produto por conta de uma crise na indústria de componentes eletrônicos, o PlayStation 5 pode ser encontrado na sua versão mais barata em média por R$ 4500.

    Assim, comprar um PS5 demanda quase 5 meses de labuta para quem pode juntar um salário mínimo. O esforço, levando apenas isto como diferencial, está mais curto que nos anos 90, mas ainda sim, muito caro. Um dos chefões da Sony comentou justamente sobre isso essa semana.

    De acordo com Jim Ryan, ele se sente “frustrado” com a forma como os jogos originais de PlayStation são “fechados” para seu público-modelo de console atual de dezenas de milhões de jogadores. E mesmo diante do recorde de venda de um videogame sonysta em seu período de lançamento, Jym acredita que isso poderia ser ainda melhor num mundo mais justo.

    “Também gostaria de ver um mundo onde os jogos que criamos para PlayStation possam ser desfrutados por dezenas de milhões de pessoas. Talvez centenas de milhões de pessoas. No momento, sucesso com o modelo de console atual, um grande sucesso do PlayStation, você está falando de 10 ou 20 milhões de pessoas sendo capazes de jogar esse jogo”. refletiu.

    Em resumo, comprar consoles continua sendo uma missão nível hard para quase todos os bolsos brasileiros.

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