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Games viciam?

Os videogames são ‘ópio espiritual’, afirma a mídia estatal chinesa

Os comentários fizeram com que as ações da Tencent despencassem na China.
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Tencent
(Imagem: Divulgação)
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As ações da Tencent caíram até 11% hoje (3), depois que um jornal econômico chinês espalhou a notícia a respeito dos jogos, referindo-se a isso como “ópio espiritual” e “drogas eletrônicas”. De acordo com a Bloomberg, o jornal estatal chinês The Economic Information Daily fez referência a um estudante que disse que alguns de seus amigos jogavam o popular jogo Honor of Kings da Tencent oito horas por dia.

Isto pode parecer até engraçado, mas nenhum pouco para a empresa que está sofrendo prejuízos, O Economic Information Daily é administrado pela Xinhua News Agency, que é uma mídia controlada pelo governo e tem sido considerada a organização de mídia mais influente na China. Ver tal artigo parece ter assustado os investidores e causado temores de que o governo chinês reprima o jogo.

“A escolha da palavra ópio espiritual é especialmente dura, seria surpreendente se os reguladores não fizessem nada a respeito”, disse Ke Yan, analista da DZT Research em Cingapura, à Bloomberg. Esta não é a primeira vez que a China usa videogames como bode expiatório. Lembre-se de que os consoles de videogame eram proibidos no país até pouco tempo atrás.

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Com o passar dos anos, os videogames foram alvo de críticas. Em 2014, por exemplo, o Ministério da Educação chinês culpou os estudantes universitários “mais fracos” pelos videogames e, no mesmo ano, o governo quis até mesmo proibir os consoles de videogame na TV infantil. Mas, mais recentemente, a China parece ter adotado uma abordagem mais otimista em relação aos jogos. Em 2018, a agência estatal People’s Daily disse para não apelidar os videogames como “heroína digital” (como aponta o SCMP, tinha feito exatamente isso 18 anos antes). Na China Joy deste ano, a maior exposição de videogames da Ásia, parecia haver mais apoio governamental para os jogos.

Seja como for, isto acaba por trazer um debate a respeito do uso excessivo perante algumas pessoas, até mesmo tendo se tornado doença pela Organização Mundial de Saúde, que reconheceu o vício em jogos como um transtorno de saúde mental em 2018. Mesmo assim, qualificar e jogar a culpa nos jogos eletrônicos é retirar a responsabilidade social para os verdadeiros problemas dos países.

Via: Bloomberg/Kotaku

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