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Conheça a vida de uma jogadora de games profissional do Brasil

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O Observatório de Games entrevistou a jogadora Débora “Debs” Tornilio Lemos (Imagem: Reprodução)
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Assim como na maioria dos cenários profissionais, o mundo dos games também é um terreno hostil para as mulheres. E embora muitos mecanismos regulatórios tenham sido criados nesse mercado afim de deixar a convivência o mais saudável possível entre todos os gêneros, as mulheres ainda encontram uma resistência de nível hard, seja para se divertir ou atuar profissionalmente.

E é no meio desse último cenário que garotas como Debs lutam contra estatísticas pouco favoráveis para quem quer ser um gamer profissional. Débora “Debs” Tornilio Lemos é uma jogadora profissional de Fortnite, que no meio de tantos jogadores homens, e outras tantas mulheres, tenta conquistar o seu espaço no cenário competitivo desse game. Debs conversou com o Observatório de Games, e relatou o que é ser uma mulher nesse meio.

Machismo

“É uma coisa que querendo ou não, as mulheres não conseguem escapar disso. Já me falaram que eu lavava a louça melhor que jogava, que eu tinha que arrumar a casa, que menina não era feita pra jogar videogame e varias outras coisas. Mas temos que fugir disso, ignorar e provar o contrário”, relatou Debs.

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A jogadora comentou ainda que, em uma de suas lives, um espectador disse que só conseguiu ter um computador para jogar, porque “vendeu o seu corpo” e que não tinha capacidade para conseguir um PC sozinha.

Promessa

A proplayer Debs. Imagem: Divulgação

Débora Tornilio é hoje uma das jogadoras brasileiras mais promissoras do Fortnite para 2020 e comentou como começou a jogar videogame.

“Eu jogo videogame desde os meus 8/9 anos, e foi algo que eu sempre gostei de fazer. Quando eu tinha uns 13 pra 14 anos, eu conheci o Blackoutz pelo Minecraft, e a partir do momento que ele começou a jogar Fortnite, eu comecei a conhecer o jogo, porém nunca tinha jogado, já que o meu notebook não rodava o jogo.”, explicou.

Representatividade

Em 2019, a Epic Games, desenvolvedora de Fortnite, organizou a primeira edição do Campeonato Mundial do Fortnite. Os mais de 150 participantes se classificaram através de qualificatórias divididas pelos servidores do jogo. E dentre os participantes, nenhuma mulher conseguiu a classificação.

Eu fiquei triste de não ver nenhuma menina classificada, mas depois que paramos pra ver, são poucas as meninas que treinam para realmente evoluir. As que treinam, vendo live de outros jogadores, que buscam melhorar os erros, que realmente jogam junto com os próprios profissionais”, revelou Débora.

Medo

“Eu já vi várias meninas com ‘medo’, e eu acho que não deveria existir isso, e pelo contrario, na minha opinião, as meninas deveriam jogar todo tipo de campeonato, independentemente de quem esteja jogando e só pensar ‘eu tenho capacidade pra isso’. Mas eu fico muito feliz de estar aparecendo cada vez mais meninas com este intuito!”, complementou a jogadora.

Coragem

Debs, que sonha em conquistar uma vaga para a World Cup de Fortnite deste ano, encerrou a entrevista exclusiva ao Observatório de Games dando um recado para o preconceito e para mulheres que desejam ser jogadoras.


“Isso é real. Até para o jogo, é algo que sempre vai existir, é fato. Isso não é questão de ser melhor ou pior, e sim em questão de dificuldade. Nesse quesito, algumas são mais complicadas de aprender, então devem treinar mais, praticar mais, pra aprender o que deseja.”, finalizou.

Débora “Debs” Tornilio Lemos realiza lives na plataforma Twitch.

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