Publicidade
PUBLIEDITORIAL

Projeto Bridge marca Dia Internacional da Juventude com diálogo sobre a juventude negra, sua inclusão no mercado tecnológico e as vivências pretas no universo dos games

Especialistas e participantes discutem em seminário desafios enfrentados pelos jovens negros e as oportunidades em um mundo interconectado.
Gostou? Compartilhe!
Projeto Juventude
Imagem: Projeto Juventude
Publicidade

O Teatro Firjan SESI Centro (RJ) recebeu o seminário “Panorama da Empregabilidade para Juventude Negra no Rio de Janeiro”. O evento foi promovido pela The African Pride em parceria com a Firjan SENAI SESI, com o apoio da Southern University System, discutindo os principais desafios enfrentados pela juventude negra na perspectiva do trabalho e da renda, além de propor soluções para melhorar a empregabilidade dessa população, com ênfase nas áreas de jogos e tecnologia.

A abertura do seminário contou com a presença de Mauro Varejão, Diretor da Firjan, que fez uma apresentação institucional. Em seguida, Ronald Sorriso, Secretário Nacional de Juventude, proferiu uma palestra sobre o panorama da empregabilidade na área tecnológica para a juventude negra no Rio de Janeiro.

Sorriso frisou que a juventude negra deve ter orgulho de si, afirmando suas potencialidades e heranças ancestrais. Ele também observou que o governo federal está comprometido em incentivar iniciativas que promovam a inclusão e a parceria com parceiros dos Estados Unidos, lembrando que sua própria trajetória, como um jovem negro e pobre de São Gonçalo, é um exemplo de que é possível superar desafios e transformar a realidade. O gestor público emocionou ao interpretar Identidade com o trecho: “Quem cede a vez não quer vitória”.

Continua depois da Publicidade

Durante o evento, uma mesa redonda foi moderada por Claudia Batista Rodrigues, Gerente de Diversidade, Produtividade e Cidadania Corporativa da Firjan. Participaram da discussão Derick Warren, do Projeto Bridge, Sil Bahia, do OLAB, Melissa Abla, do GOYN, e Claudia Silva, da Cisco.


Os presentes abordaram as barreiras que a juventude negra enfrenta ao tentar acessar o mercado de trabalho, especialmente o setor de tecnologia, destacando questões como discriminação por gênero e identidade, bem como a necessidade de um currículo que não inclua endereços, pois essa abordagem pode ajudar a eliminar barreiras por parte de eventuais contratantes, outra reflexão foi quanto a inserção de jovens que nem trabalham e nem estudam.

Os especialistas também deixaram um convite aos adultos, chamando-os à conscientização. Outra nuance foi a construção das narrativas em cima das realidades, como os games e demais produções devem inserir as vivências negras.

As mulheres presentes na mesa redonda também deixaram mensagens importantes para a juventude e os adultos. Melissa Abla enfatizou a necessidade de apoio e mentoria para os jovens, afirmando que “cada um de nós pode ser um agente de mudança”.

Sil Bahia, por sua vez, destacou a importância de ouvir e valorizar as vozes da juventude, afirmando que “os jovens têm o poder de transformar a sociedade”.

Warren, um dos pilares do sucesso do Bridge, salientou que o projeto se dedica a desenvolver não apenas habilidades técnicas, mas também competências sociais essenciais para a vida profissional. Ao oferecer uma formação que vai além do ensino tradicional, o Bridge aborda temas como cidadania e desenvolvimento emocional, preparando os participantes para os desafios do mercado de trabalho e capacitando-os em áreas como empreendedorismo e tecnologias digitais.

Ele ainda destacou a importância da colaboração e a variedade de temas educacionais abordados, como e-gaming, desenvolvimento profissional e habilidades de negócios. O público teve a oportunidade de participar ativamente do evento, com um debate aberto que permitiu a formulação de perguntas aos palestrantes.

Os jovens do projeto Bridge, presentes no evento, questionaram sobre a possibilidade de concorrer a bolsas de estudo nos Estados Unidos e a continuidade do projeto na Southern University, instituição americana historicamente negra, levantando questões com ênfase em tecnologia, do ponto de identitário, entre outras abordagens, como a interseccionalidade, como a contratação de jovens negras, que diante de dois marcadores sociais, são excluídas desde um Jovem Aprendiz, até outras modalidades de trabalho, sendo indagadas já na seleção se “tem filhos? Quem cuida? O que ela faz diante do adoecimento destas crianças?

Derick Warren,mantenedor do Brigde, respondendo ao jovens, compartilhou sua trajetória, enfatizando que, apesar de ser negro e vir de uma cidade pequena, não desistiu de seus sonhos. Warren ressaltou a importância de batalhar com uma mentalidade vencedora e resiliente.

Continuou seu discurso destacando que “o mundo não é igual” e que “a cor que se respeita é a do dinheiro…ela fala mais alto”. O filantropo explicou que, mesmo após alcançar uma posição de destaque como empresário e filantropo, continua se atualizando para não ficar aquém, visto que a competitividade no mercado permanece acirrada, mesmo em seu patamar de carreira.

Outra jovem perguntou sobre as diferenças entre o Brasil e os Estados Unidos em relação ao enfrentamento de questões raciais. Sil Bahia respondeu que, embora ambos os países enfrentem desafios, é fundamental que os jovens se unam para lutar por igualdade e oportunidades. “A luta é coletiva e deve ser contínua”, conclui.

O encerramento foi conduzido por Carolina Morais, founder da The African Pride e Eliane Damasceno, Gerente de Responsabilidade Social da Firjan, e Manoel Soares, que concluiu as atividades do seminário, dividindo sua trajetória pessoal, deixando a mensagem “berço não é destino”.

Com este seminário, The African Pride e seus parceiros reafirmam o compromisso com a inclusão e a promoção de oportunidades para a juventude negra além das fronteiras, para a construção de um mundo e um futuro mais inclusivo e justo.

CONTEÚDO RELACIONADO