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Review: The Last of Us Parte II e a jornada do ódio

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The Last of Us 2
O que a Naughty Dog fez em The Last of Us 2 é fazer o que poucos estúdios fazem (ou fizeram) tornando de um simples sentimento, uma história profunda. Imagem/reprodução: TLoU2
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A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena

Podemos brincar com a frase que Seu Madruga diz em Chaves, porém a frase se aplica gravemente a história que os protagonista de The Last of Us 2 passam. Talvez a história poderia ter sido diferente, mas se fosse assim não teríamos trama alguma e um sentimento tão pesado em deveras situações.

O que a Naughty Dog fez em The Last of Us 2 é fazer o que poucos estúdios fazem (ou fizeram). Normalmente quando vemos um jogo, quando descobrimos a história do vilão, ele era um protagonista bonzinho porém o ódio levou ele a caminhos sem volta, no qual ele perdeu TUDO para chegar ali. Não estou chamando Ellie de vilã, é para estruturar o pensamento, calma lá.

O jogo por si não envolve “a cura pelo mundo” ou sequer uma “dominação mundial”, o motivo é simples e puro de ambos os lados, vingança por conta de seus mortos. Não é atoa que quando controlamos Abby, sabemos melhor de suas intenções e a mesma coisa com Ellie, resumindo ambas são os lados da mesma moeda. Elas não deixam seu passado para trás, e por conta desse passado que coloca correntes em ambas, chegamos ao limite dos personagens. Definitivamente TLoU2 é um estudo e desenvolvimento sobre o ódio.

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O ódio tira um pouco de todos

Tudo começou por conta do espírito de vingança em Abby. Pelo fato de não conseguir esquecer o passado ela que buscando cegamente a morte do assassino de seu pai, por mais que tenha atingido seu objetivo, perdeu todos seus amigos, e virou desertora [porém isso envolve outras questões].

Tommy por sua vez, buscando o fim de todos envolvidos na fatídica cena do assassinato de seu irmão chega perto de concluir sua missão, porém a existência de Abby ainda no mundo o faz buscar seu fim, tanto que incendeia o ódio no coração de Ellie. Tommy agora perde parte dos movimentos da perna, e além disso, seu casamento foi desfeito. Podemos compreender nas entrelinhas que tudo foi motivado por conta de seu sentimento reprimido de vingança.

E por último nossa protagonista, onde o ódio fez lar. Ellie, graças as palavras de Tommy não consegue esquecer do fato que Abby está viva. Por mais que Ellie tenha uma vida boa com Dina, nada arranca dela o fato que seu tutor significava muito pra ela. Ela abandona tudo que tinha, partindo para o fim da jornada de ódio.

Quando quase esta completando o objetivo de matar ela, começamos a nos perguntar como aquilo chegou aquele ponto e começamos a notar o que o ódio fez com Ellie, tomando um caminho sem volta que custou a ela os dois dedos [acho interessante fazer a alusão a vida de Jessie e seu relacionamento com Dina]. Neste momento ela perdeu tudo. Além de desenvolver transtorno pós-traumático.

Um fio de luz na escuridão absoluta e o preço

Abby largou seu passado, agora, cuida de Lev é seu foco após perder tudo. A frase “Ele não tem nada a ver com isso” parece não ter muito peso no momento crítico do combate das protagonistas, porém pensando após finalizar a história relembra todos os problemas que Ellie e Joel passaram, ele sempre preferiu se preocupar com ela, por mais que Joel tenha sido um monstro em seu passado (como dito nas histórias do primeiro jogo), ele nunca se prendeu a ele, e sempre preferiu proteger ela.

O ciclo de ódio foi feito a partir da morte do pai de Abby, e com isso se iniciou algo sem fim. Ellie, naquele momento nota que a engrenagem não teria fim. Desistindo de continuar toda aquele mal, pagando a morte com a morte, aquilo não teria fim e não traria ninguém de volta.

Joel revela na cutscene final que se pudesse faria tudo denovo, quando foi salvar Ellie no primeiro jogo. O ciclo aconteceria de todo jeito, então ela teria de seguir com a decisão de seu tutor [onde ela não teve opção]. Já o objetivo de vingança foi tomado por ela. Por fim, Ellie retorna a casa que estava com Dina, quando ela retorna, sua amada partiu, deixando apenas o violão que a ligava a Joel e algumas coisas. Ellie até tenta tocar o violão, porém ela não tem mais dois de seus dedos. A última cena é ela partindo daquela casa.

Nesse momento é mostrado num flashback que ela e Joel fizeram as pazes, por mais que ela tivesse noção do que ele havia feito, e estava buscando o perdoa-lo. No fim, perdoando aquele que foi o causador de todo o ódio e vingança de ambos os lados, ela consegue seguir em frente. A cena do violão na janela remete a ela deixando Joel, porém ele sempre estaria olhando ela.

O ciclo de ódio foi destruído pelo perdão [ao menos de Ellie]. Porém mesmo com o perdão, as consequências aconteceram, foram grandes e sem volta para todos os personagens envolvidos com os protagonistas.

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