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Ready or Not perde editora após infeliz comentário sobre tiroteio na escola

Depois da entusiasmada resposta do desenvolvedor Ready or Not sobre a inclusão de um nível em escola, jogo terá que procurar nova editora
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Ready or Not
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O jogo indie Ready or Not parece “Não estar Pronto” para chegar tão cedo. Isso devido ao mais do que infeliz comentário de alguém da desenvolvedora que disse entusiasticamente que haveria uma cena de tiroteio em escola. Essa afirmação no Reddit gerou uma grande polêmica, já que trouxe um debate a respeito se os jogos interferem e geram violência no mundo real.

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    Mesmo que muitos estudos já tenham comprovado que não, levar para dentro de um jogo cenas reais de tiroteios em escola, não é algo agradável. E como descrito em nosso artigo a respeito, também não deveria ser em qualquer outra tela de jogos, pois fica muito claro que algumas desenvolvedoras só pensam nos lucros e tanto faz a história que estejam contando, desde que seja “o mais realistico possível”.

    Caso não saiba qual foi o comentário, um pequeno resumo: ela aconteceu no Reddit quando uma pessoa perguntou se teria algum cenário em escola e a resposta foi: “pode acreditar que terá”. Daí por diante, esta resposta curta e entusiasmada gerou uma repercussão sem limites que trouxe todo o debate da violência nos jogos, mas deixou de lado todo restante de como as pessoas se aproveitam disso, sobre outros fatores de toxidade, etc.

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    Vale destacar aqui, que (Via Game Rant), que os jogos independentes representam o lado mais experimental dos jogos e costumam ser onde os jogadores podem encontrar títulos menores e mais exclusivos por um preço mais barato do que os jogos AAA padrão com preços de US $ 60. Em um espaço tão expansivo e não regulamentado, qualquer pessoa com tempo, conhecimento e hardware adequados pode construir um jogo que expresse suas paixões.

    O artigo ainda lembra que a medida que a indústria de jogos cresceu, vários órgãos legislativos também olharam para ela com um olhar mais crítico. As regulamentações sobre jogos aumentaram nos últimos anos, com estados como o Havaí até propondo uma legislação para proibir as caixas de saque. Criar e publicar jogos é um equilíbrio constante entre tentar coisas novas e jogar com segurança para manter felizes os jogadores e os responsáveis, e isso nem sempre é uma corda bamba fácil de andar.

    Team17 dá adeus ao jogo

    A VOID Interactive tuitou que a Team17, a empresa definida para publicar o jogo, não o faria mais e que se tratava de um acordo mútuo. Esse tipo de reação já aconteceu antes, como quando o Wal-Mart divulgou anúncios violentos de jogos após um tiroteio, mas isso deixa a equipe da VOID Interactive em uma posição difícil enquanto tentam encontrar um novo editor para Ready or Not.

    A empresa divulgou uma declaração mais longa alguns dias após o tweet inicial, esta declaração indicando que pretende prosseguir com um nível de tiro escolar em Ready or Not. A questão do editor do jogo ficou sem resposta.

    Polêmicas já são antigas

    Esta não é a primeira e nem a última vez que este tipo de polêmica entrará em debate. Vale lembrar de jogos como Carmageddon, onde quanto mais pessos o jogador atropelasse, como velhinhas e crianças, maiores seriam seus pontos. Outro foi Bully da Rockstar, que trazia um personagem que precisava praticar bullying para subir na hierarquia da escola.

    Massacre de Columbine, no final do século passado, apresentou o bullying ao mundo

    Doom também foi outro que também sofreu, já que as mortes que aconteceram no Massacre de Columbine, foram creditadas a um mapa do jogo. Portanto, este tipo de narrativa de trazer histórias e cenas mais realistas, em nada ajuda aos jogos. Títulos de tiro podem existir sem problema. Jogos com histórias violentas, idem. Mas jamais pode ser esquecido de acrescentar em sua narrativa que existem consequências, a respeito de empatia e outros pontos cruciais para as pessoas.

    Jogos que só benefeciam subir de nível por quantidade de mortes, mas que ninguém se importa com quantas pessoas matou, não trazem nada. Apenas jogadores que ficam ansiosos por receber um prêmio que jamais chega. Falta aquele desafio que existia em arcades como Sniper, histórias grandiosas com um desafio que jogos como de RPG trazem.

    O importante em toda esta discussão, é também lembrar que além da escola, invadir terras alheias também deveria ser polêmico, assim como não ter em uma sala de roteiro e de desenvolvimento de jogos, uma única representatividade para que seja feito corretamente.

    Resta saber para onde vai o Ready or Not a partir daqui.

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