O futuro está no metaverso, apostam os sócios Byron Mendes e Steffen Dauelsberg, co-fundadores da MetaMundi, agência multisserviços vencedora da edição brasileira do Digital Awards BR 2022. Seu case premiado foi o espaço e a tecnologia que desenvolveu para a Housi, imobiliária digital que realizou a primeira venda de um imóvel 100% no metaverso. Considerada a maior premiação do mundo digital, reconhece os trabalhos, projetos e personalidades que contribuem para o desenvolvimento da cultura digital do país.
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Durante o Rio Innovation Week, no mês de novembro, a MetaMundi promoveu o espaço MetaMundi Experience, onde reuniu grandes nomes do setor para debater a integração entre arte, marketing e arquitetura com o metaverso, além de apresentar cases de sucesso, tudo contextualizado no ambiente desse universo sem fronteiras e foi um dos espaços mais frequentados e comentados no evento, ,tamanho o interesse que o assunto tem despertado.
“No Rio Innovation Week, o público pôde ter um pouco mais de ideia do que ainda está por vir e como essa nova realidade vai nos impactar em todas as área da nossa vida. Ainda estamos engatinhando no metaverso, e a única certeza que temos é que estamos no caminho certo, o futuro está no metaverso”, declarou Mendes.
E o empresário não exagera ao fazer a afirmação. De acordo com a Bloomberg Intelligence, esse mercado deve chegar a US$ 800 bilhões em 2024, puxado principalmente pelos games e por eventos realizados nessa nova camada de realidade. Bem mais otimista, a gestora Grayscale aposta que o metaverso tem potencial para gerar US$ 1 trilhão em receita anual. Já um recente estudo da Gartner define o metaverso como o próximo nível de interação entre os mundos virtual e físico.
A sociedade está em um momento de transição da Web 2.0 – movimento iniciado nos anos 2000, em que as pessoas deixaram de ser apenas espectadores e passaram a interagir com produção de conteúdo – para a Web 3.0. Esse novo conceito está ainda em construção, mas proporciona a descentralização de todos os sistemas por meio da internet. Esse movimento, baseado na blockchain, chega para mudar todas as relações, sejam elas sociais, de negócios ou financeiras. Além disso, a imersão nesse universo possibilitará uma experiência de vida realizada por meio de avatares 3D – seja para trabalhar ou para lazer.
Por outro lado, o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, já declarou que o metaverso só vai estar pronto para fazer dinheiro no final desta década. Mas Mendes discorda da opinião de Zuckerberg. “Antes do Facebook anunciar que estavam migrando para o metaverso, e da mudança de nome da companhia para Meta, outras plataformas já tracionavam milhões de dólares. A questão ali foi que Zuckerberg não conseguiu alcançar o que havia prometido por causa de questões externas que acabaram não sendo consideradas no planejamento da empresa”, avaliou Mendes.
Para Steffen Dauelsberg, o metaverso tem, pelos próximos anos, todo um oceano azul a ser explorado. “Eu continuo achando que essa onda vai seguir. Existem muitos players que ainda não foram impactados, que ainda estão com medo pela falta de informação, mas o interesse de empresas que querem entender mais sobre assunto e que buscam uma primeira experiência no metaverso continua ascendente o”, destacou o executivo.
Dauelsberg avalia que esses primeiros dois anos de pioneirismo serviram para consolidar alguns cases de grande sucesso. Ele também divide as empresas em duas categorias: as que experimentaram o metaverso e estão se deixando levar para manter a competitividade e as que ainda virão em função da curiosidade. “Jornais e novelas já estão falando sobre metaverso, e isso ajuda muito a disseminar o assunto, mas é preciso ter um elemento inicial dentro das empresas que faça com que a ficha caia. Cada vez mais, esses elementos e fatores internos buscam mais informações, eventos concretos e dados. O ano de 2023 será um céu de brigadeiro”, aposta.
No entanto, para que todo esse potencial se descortine, ainda será necessário vencer algumas questões importantes, afirma Byron Mendes. Entre elas, a latência da internet, que permanece como um limitador severo na vida dos usuários, e o custo proibitivo dos servidores. Para Mendes, trata-se de questões pontuais que serão resolvidas já nos próximos anos. “O 5G está sendo implementado de forma consistente e isso vai ajudar muito. Tem muito dinheiro institucional sendo alocado em novos projetos que vão trazer soluções e a exponenciação do uso do metaverso, sem falar na evolução do comportamento do usuário dentro desse espaço, a compreensão e o posicionamento das empresas nesse momento e o que elas vão oferecer para o público, porque nem sempre é possível replicar no metaverso o mundo real, então é preciso criar um outro nível de conexão com os usuários, de afetividade”, afirma Mendes. Para o executivo, antes de pensar em vender, as empresas precisam pensar na construção de comunidades, na conexão do público com sua marca de uma forma diferenciada, com conteúdos de relevância e com experiências únicas.
Escassez de mão de obra do mercado de metaverso
Na falta de mão de obra qualificada, a MetaMundi e outras empresas estão investindo em projetos de formação de profissionais. “Existe uma crise importante nesse tema e não adianta querer resolver pontualmente, é preciso criar uma linha de produção e isso passa por convênios com universidades e empresas”, completa Steffen Dauelsberg.
Desde o início deste ano, a agência está em busca de parceiros na área da educação para a construção de conteúdos e eventos que possibilitem gerar um espaço de oportunidades para que os interessados em conhecer mais a dinâmica do metaverso tenham um espaço propício. ”Construir um novo mercado também passa por essa linha de educar o público e as empresas”, defende Steffen. E conclui: “O metaverso chega para ficar e mudar todas as nossas formas de nos relacionarmos, seja abrindo espaços para pessoas com dificuldade de se relacionar socialmente, seja para facilitar e trazer mais segurança a transações financeiras, proporcionando novas experiências e vivências. O céu é o limite”.
Em outras palavras, as pessoas deixarão de ser observadores do virtual, para fazer parte dele.
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