Um vídeo da Marinha dos EUA está viralizando nas web por conta de um exercício inusitado, tanto pela tarefa em si quanto por quem a executa: nada menos que um grupo de leões-marinhos jogando videogames.
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No entanto, não se trata de condicionar os bichos para uma performance digna de migrar para os esportes eletrônicos. Os jogos, que estão mais para um Snake (o icônico “jogo da cobrinha”) do que para o dinâmico Call of Duty, foram projetados como parte de um exercício de enriquecimento cognitivo para o Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha dos EUA.
Para que serve a iniciativa?
A Marinha dos EUA emprega mais de 120 leões marinhos e golfinhos como parte de seu Programa de Mamíferos Marinhos, que foi criado em 1959 para atuar como um esquadrão de “cães” farejadores aquáticos. Os animais são treinados para detectar explosivos e outros perigos debaixo d’água, além de recuperar equipamentos da Marinha desaparecidos do fundo do oceano.
Preocupação com os bichos
Desde a década de 1960, o programa tem sido baseado em Point Loma, em San Diego. Para garantir que o exército de animais aquáticos viva uma vida feliz e saudável, as atividades de enriquecimento – como nados em mar aberto e brincadeiras – desempenham um papel central em seu programa de cuidados. Como parte desse programa, Winship e sua equipe projetaram o sistema Enclosure Video Enrichment (EVE) — um sistema de videogame amigável para leões-marinhos.
“Eu realmente me importo com esses animais e com as vidas que eles levam”, disse Kelley Winship, cientista da National Marine Mammal Foundation e principal investigadora deste projeto, em um comunicado. “Eu amo todas as coisas legais que podemos ver com essa pesquisa, mas no final do dia, quero vê-los felizes e se divertindo.“
Até agora, três leões-marinhos da Califórnia foram treinados para usar o sistema, controlando o cursor com o focinho através de um simples labirinto virtual. “Quando ele cruza a linha de chegada, nós torcemos e seu treinador o recompensa com arenque“, disse Maison Piedfort, do Centro de Guerra de Informações Navais do Pacífico, em um comunicado descrevendo o trabalho.
“A alegria no contato visual entre ele e seu treinador enquanto celebram um trabalho bem feito – Spike [o leão-marinho] com sua dança lado a lado e seus gritos de vitória – é palpável e contagiante. Ele volta para a tela e se posiciona para vencer o próximo jogo.”
XP do bicho
Os leões-marinhos passaram três anos treinando para aprender a jogar, e mostraram melhorias na manutenção do peso e no desempenho em verificações voluntárias de saúde durante esse tempo, embora ainda não saibamos se isso está diretamente ligado ao jogo.
Outros proplayers do mar
Os leões-marinhos não são os únicos animais do Programa de Mamíferos Marinhos, e os golfinhos do esquadrão não ficaram de fora. No entanto, projetar um sistema de jogo para animais que não podem sair da água envolve alguns obstáculos extras. “Os golfinhos gamers precisam de uma tela grande visível da água, e a luz do sol interfere na visibilidade de um projetor instalado no píer, o que significa que as sessões de jogos acontecem após o pôr do sol”, disse Piedfort.
No futuro, a equipe espera desenvolver jogos multiplayer, possivelmente até mesmo jogos onde diferentes espécies podem jogar umas contra as outras. “Construímos um jogo onde podemos competir contra Spike, ele pode nos perseguir e podemos nos afastar“, disse Winship. “Ele ainda não viu. Ele vai ficar muito animado.”