Quando o assunto é trabalhar com games, mitos e fatos se misturam. Embora até mesmo o mercado nacional tenha demonstrado uma receptividade nos últimos anos através de uma estruturação (ainda tímida), muitos ainda acham que deve ser mais fácil zerar Contra do que assinar a carteira nessa área.
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Diante desse cenário, o Observatório de Games procurou uma empresa que não só respondeu algumas das dúvidas mais comuns de quem quer entrar nessa área, como também de quem já tem um projeto encaminhado nas mãos. Confira a entrevista com Sandra Faure, da GamePlan, empresa que fornece inteligência de marketing, monetização e negócios para empresas tanto do mercado de games quanto interessados nele.
Levels
Observatório de Games: Para muitas pessoas, trabalhar no projeto de um game soa quase como uma oportunidade de estágio na NASA. É mesmo muito difícil colaborar com um game?
GamePlan: Não, de forma alguma. Um projeto de games é heterogêneo, multidisciplinar e possui várias possibilidades de participação.
Isso tanto do lado mais técnico, como programação, back end e liveops, por exemplo, quanto do lado mais lúdico, como design, narrativa, música, modelagem e ilustração.
Skills
OG: Já sabemos as clássicas habilidades na área de exatas quando o assunto é fazer um jogo. Contudo, existem vários outros tipos de talentos que colaboram em uma obra dessas, como música e desenho. Como funcionaria a ajuda de vocês para um compositor que quisesse investir com sua arte nesse comércio?
GP.: É muito importante se encontrar dentro da cadeia de valor da indústria de jogos. No exemplo do compositor, é fundamental exercitar o estudo das técnicas e tendências do setor, mas ao mesmo tempo, acredito que seja um atributo básico a todo profissional se especializar nas suas eventuais áreas de interesse.
Uma vez decidido que existirá uma dedicação a jogos, portfólio torna-se importante, e isso pode ser facilmente conseguido com demos autorais ou até mesmo colaborando para projetos mais independentes, com pouca verba. A troca é sempre positiva no começo da carreira, e isso vale para as outras verticais também.
Gringos aqui
OG: No último Big Festival vimos um número expressivo de jogos brasileiros concorrendo entre os melhores prêmios. Todavia, os estrangeiros ainda conquistaram a maioria das categorias. O que falta para o nosso mercado de games?
GP: A soma da experiência com a prática, normalmente descrita como
“maturidade”, o que também tem a ver com a postura frente a eventuais parceiros e projetos. A indústria de games brasileira é jovem e melhora em uma velocidade enorme. Porém, o mercado internacional também continua bastante competitivo.
A disparidade entre os mercados diminui na medida que os desenvolvedores nacionais se posicionam em nível de igualdade com os estrangeiros em mostras no Brasil e fora, e, ganhando ou perdendo, entendam quais os pontos que os separaram dos demais concorrentes, gerando o aprendizado necessário.
A gente nos gringos
OG: Nessa área, é possível morar no Brasil e prestar serviço no exterior?
GP: Sim, é muito possível e até um ótimo negócio, executar projetos em real e receber em moedas mais fortes.
Maps
OG: A Gameplan se coloca como uma empresa que pode mostrar o caminho das pedras no mercado de games. Quais são as principais pedras na avaliação de vocês quando o jogo ainda é só uma ideia e quando ele já é um projeto em desenvolvimento avançado?
GP.: O objetivo maior da nossa empresa é capacitar o Brasil dos jogos, especialmente nas verticais de negócios e marketing. Existe um grande abismo entre produzir jogos e trata-los como produto.
Via de regra, quando ele ainda é uma ideia, a grande “pedra” é viabilizar o projeto e ter a consciência que o planejamento financeiro e a sustentabilidade da iniciativa são até mais importantes que o jogo em si.
Quando em estágio avançado, o desafio mais comum encontra-se na monetização e na publicação, onde o entendimento do modelo de machine learning das lojas digitais é fundamental.
Meio caminho andado
OG: Falando de projetos já em desenvolvimento que queiram atingir o mercado exterior, quais são as oportunidades oferecidas?
GP: Hoje em dia é muito fácil atingir o mercado exterior. A grande maioria das lojas digitais já faz isso por você automaticamente.
Contudo, o desafio não é exatamente atingir, mas escolher as melhores regiões para seu produto, adaptar seu plano de negócios e marketing para cada região e administrar seu funil de conversão. Outro grande desafio é receber os dividendos gerados mundo afora.
Pé no chão
OG: Assessorar também é dar alguns choques de realidade. Quais são os baldes de água fria mais comuns para quem procura vocês?
GP: Concordamos completamente. Normalmente os choques de realidade estão bastante vinculados com pressuposições sobre o próprio sucesso e a percepção bastante comum de que “se um jogo está fazendo sucesso, se eu criar um igual, também vou fazer”.
A falta de compreensão sobre a importância do planejamento de negócios, marketing e monetização também é crítica. Por fim, eu também citaria
a dificuldade de autocrítica, de compreender que nem sempre estamos certos, e que pedir ajuda não é algo negativo, é a oportunidade de colocar mais cabeças pensantes e experientes em prol de um objetivo comum.
Sobre a Gameplan
Assim como foi dito acima, a Gameplan é uma empresa que fornece inteligência de marketing, monetização e negócios para empresas tanto do mercado de games quanto interessadas nele, e que tudo o que fazemos é baseado em fontes de dados confiáveis. Em outras palavras, a empresa dá o caminho das para projetos em diferentes estágios de evolução.
Contato
As pessoas podem entrar em contato com a Gameplan pelo
fb.com/gameconsultants, pelo email contato@gameplan.com.br ou até mesmo pelo telefone direto (11) 5052-6590.