Publicidade
Mortal Kombat Filme

Diretor do filme de Mortal Kombat explica por que os filmes baseados em games saem geralmente ruins

Mortal Kombat será lançado na HBO Max em 16 de abril de 2021, e os fãs podem aguardar por uma boa (espera-se) adaptação.
Gostou? Compartilhe!
Mortal Kombat Poster
Imagem: New Line/WB
Publicidade

Jogos são apaixonantes e possuem uma base tão sólida de fãs, quanto franquias como Star Wars. Mortal Kombat é uma delas e talvez seja uma das mais complicadas de se produzir uma adaptação para os cinemas. Com 11 jogos já lançados, 5 adaptações para as telas (Mortal Kombat – O Filme (1995), A Viagem Começa (1995), Os Defensores da Terra (1996), A Aniquilação (1997), A Conquista (1998) e Mortal Kombat Legacy (2011)), além de quadrinhos, não é por acaso que os fãs estejam ansiosos pela chegada de mais este longa.

Fazer uma adaptação não é algo fácil. É preciso de um roteirista que conheça bem o universo, seja criativo e saiba respeitar a base em que está situado todo o enredo do jogo. Do contrário, bombas podem acontecer. O trabalho está todo ali, no roteirista, e cabe ao diretor saber utilizar e interpretar da melhor forma o que leu e trazer para os fãs a diversão. Como dito pelo diretor Simong McQuoid, “pelo que tenho observado de quando os filmes de videogame não vão bem, é porque não respeitam o material”. Esta é a mais pura verdade, pois sem este respeito, para que fazer uma adaptação?

Os fãs podem citar vários e vários jogos que ganharam vida nos cinemas para serem massacrados antes mesmo de chegar nas telonas, como no caso de Super Mario ou Street Fighter. Ainda existem muitos outros que nem ao menos valem ser citados, mas também temos exceções como Sonic.

Continua depois da Publicidade

Portanto, espera-se que realmente a produção tenha respeitado o material. Abaixo trechos da entrevista de Simong McQuoid ao IGN e Coming Soon.

Trazer o jogo para o “mundo real”

Uma das principais partes pelas quais Mortal Kombat é conhecido, é por sua violência e sangue. E isso (parece) ser algo que o filme não esteja evitando. Mesmo que a Warner seja famosa em cortar a violência para trazer todo tipo de público, principalmente os menores de 16.

“Eu só queria fazer justiça ao Mortal Kombat”, disse McQuoid. “Tratava-se de estudar e ver quais são os ingredientes fundamentais do Mortal Kombat. Quais são as principais fitas de DNA que tornam isso o que é. Passei muito tempo pensando nisso, então estilisticamente acabou no lugar certo. Uma dessas [fitas-chave do DNA] é a brutalidade existente. O que eu gostei no aspecto do sangue é que podíamos ser autênticos. Não tivemos que nos conter nas lutas. Se houvesse uma luta, alguém levasse um chute na cabeça, o sangue provavelmente iria estourar pelas costas, e nós poderíamos fazer isso. A New Line merece muito crédito porque sempre quis fazer justiça também a franquia.”

Eu só queria fazer justiça ao Mortal Kombat

Uma história precisa de conteúdo e dramaticidade. Não adianta personagens queridos pelo público nos games se eles não tiverem a mesma empatia no cinema.

“Há uma diferença entre violência pela violência… e violência [que é] motivada por personagens que você ama e se preocupa. Estamos tentando fazer isso. Estamos tentando fazer um filme onde você se preocupe com as pessoas. É fundamentado, tem um tom realista e a violência vem das regras do mundo que estabelecemos, mas você não está apenas tentando fazer pornografia de tortura. Você está tentando fazer algo que é fiel ao IP, mas também vem de um lugar motivado e fundamentado que é motivado por personagens reais que parecem ter vidas reais até este momento.”

Diversidade cultural

MK é famoso por sua quantidade de personagens, mas principalmente por não serem clones com roupas e cores diferentes. Existem ninjas de todos os tipos, monges chineses, lutadores norte americanos e astralianos, além de uma gama imensa de estilos de luta. E para a produção do longa, esta difusão de nacionalidades e cultura foi fundamental para a execução do longa.

“É importante porque é a coisa certa a fazer. É simples assim. Para tornar essas as melhores versões desses personagens, era o que precisávamos fazer. A coisa sobre Mortal Kombat é sua rica mistura textural de coisas realmente ótimas. Muitas culturas diferentes, e esse é um ingrediente muito importante enquanto o analisamos. Nunca passou pela cabeça de ninguém que estávamos fazendo de outra maneira. Talvez os caras da New Line sejam apenas mais corajosos do que a maioria. Nós nem falamos muito sobre isso porque foi tipo, ‘Obviamente, é isso que estamos fazendo’. Quando eu conversei com a New Line pela primeira vez e pude ver o respeito deles por isso, eu disse ‘bem, isso é ótimo, porque é assim que eu e todos nós queremos fazer’. Foi fácil porque era a coisa certa a ser feita. Teria sido idiota fazer de outra maneira.”

O elenco

Na década de 1980 e inicio dos anos 1990, as produtoras não ligavam muito se um ator sabia ou não lutar. É o caso de filmes famosos como Karatê Kid ou tantos outros baseados em Ninjas. Era apenas colocar uma roupa e fazer alguns movimentos e estava tudo bem.

Só que isto mudou com o tempo e a direção fez questão de dizer a Warner que queria atores que precisavam saber lutar, para que as cenas ficassem mais reais, pois o público com certeza iria perceber os cortes para se colocar um dublê em cena. E isto, segundo Garner, foi algo que complicou e afunilou a escolha dos atores para Mortal Kombat.

“Demorou um pouco, mas para o crédito de Simon, ele é o homem mais paciente e conseguiu. Todo mundo diz que este é um filme de videogame, e OK, [mas] é um filme de artes marciais.”

Respeito pelo material

Aqui preferimos mudar o tom de “material”, para origem. Mortal Kombat deixou de ser um material físico faz anos. O game está além da matéria e algo vivo dentro de cada fã, por isso respeitar os sentimentos e as origens é saber honrar o passado de cada pessoa. Ninguém iria querer que seu passado fosse mudado.

“A intenção era respeitar o material. Isso tinha que ser antes de tudo. Era tratar o jogo estruturalmente como um filme. Não pegar emprestado as coisas erradas do videogame. Pelo que tenho observado quando os filmes de videogame não vão bem, é porque eles não respeitam o material. Tenho um grande respeito pelos videogames, empresas e personagens de game. Há uma razão pela qual as pessoas amam esses jogos. Em muitos casos, eles envolvem as pessoas muito melhor do que os filmes. Mas também acho que entender o que um filme pode oferecer e que um videogame não pode é fundamental. Para ver Scorpion como um samurai real inspirado no japonês, ricamente liderado, texturizado [armadura] é o que todos desejam, e isso é algo que podemos trazer em um filme que não poderia ser feito em um videogame, porque não é real.”

Mortal Kombat será lançado na HBO Max em 16 de abril de 2021.

Via: IGN/Coming Soon

CONTEÚDO RELACIONADO