Um documentário publicado na conta de YouTube do ‘Summoning Salt’ acaba de ser vítima do processo de moderação do Google, declarado pela plataforma como muito sexy para crianças. O problema é que o vídeo de uma hora se trata da história dos speedruns de Mega Man 2.
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Antes de assistir o conteúdo, aparece o seguinte aviso: “Este vídeo pode ser impróprio para alguns usuários”. Com o aviso, a forma de monetização muda drasticamente, além de como ele aparece no algoritmo do YouTube.
“Meu vídeo de Mega Man 2 recebeu restrição de idade. Eu não posso nem imaginar o que poderia estar provocando isso. Não há conteúdo sexual, sangue, xingamentos excessivos, etc”, disse o YouTuber, falando ainda que um recurso foi imediatamente negado.
Agora você deve estar se perguntando o que o Google sinalizou exatamente. Bem, aparentemente ele focou em um take de 3 segundos no meio do vídeo, quando um speedrunner diz ‘f*da-se’ várias vezes após errar durante uma tentativa de recorde mundial.
De acordo com as próprias diretrizes do YouTube, isso não é necessariamente suficiente para que um vídeo receba restrição de idade. Porém, os moderadores da plataforma sustentaram que o clipe de três segundos constituiu um ‘discurso sustentado’.
“Isso é uma piada absoluta. Este é o seu próprio exemplo do que qualificaria um vídeo para anúncios limitados. Ele cita um vídeo que tem “forte palavrão mencionado em cada frase. Eu tenho um vídeo de 78 minutos, com um breve clipe no meio com alguém dizendo o f*** algumas vezes”, disse ainda o YouTuber.
Ele mostrou também um detalhamento demonstrando que um vídeo AVGN com uma concentração maior de palavrões não tinha restrição de idade, enquanto seu vídeo tinha (por alguma razão).
No dia 22 de setembro, o YouTube resolveu reverter sua decisão. “Após uma análise mais aprofundada, removemos a restrição de idade do seu vídeo”, falou a conta de suporte do YouTube. “Cometemos um erro”, disseram ainda.
Se engana quem pensa que acabou. Após esse dia, o YouTuber passou a mostrar gráficos das ‘visualizações sugeridas’ do vídeo em comparação com os anteriores que pareciam indicar que o documentário sobre a história do Mega Man 2 ainda não estava sendo promovido como normalmente seria pelo algoritmo da plataforma de vídeos.
Uma semana depois, o YouTube sinalizou novamente o vídeo, e foi quando Summoning Salt acordou com um novo e-mail informando que o vídeo pode ser inadequado para espectadores mais jovens, e portanto, estava sendo restrito. Ele tentou apelar novamente, e o recurso foi recusado, mas desta vez por um novo motivo: sexo e nudez.
“Não recebi nenhum esclarecimento sobre por que me disseram que foi sinalizado por sexo e nudez. Acho que não é muito surpreendente que os mesmos ‘revisores cuidadosos’ que pensam que um discurso de 3 segundos é sustentado também pensem que Mega Man 2 de alguma forma tem sexo/nudez”, falou o YouTuber, no Twitter.
Embora não existisse explicação para tal decisão, o YouTube aparentemente fez uma determinação final sobre o status de restrição de idade do vídeo na noite de 30 de setembro. “Profanidades”, dizia um e-mail da plataforma.
“Ainda estou tentando decidir o que vem a seguir. Eu poderia tentar cortar os 3 segundos do vídeo existente, mas realmente duvido que isso consertasse seu impulso, já que praticamente não há visualizações de vídeo sugeridas há semanas”, chegou a dizer o YouTuber ao Kotaku.
Ele contou ainda que estima ter perdido entre US$ 5.000 e US$ 6.000 da receita que o vídeo teria gerado se nunca tivesse sido sinalizado até agora. Essa saga que perdurou semanas é apenas um exemplo de quão difícil pode ser para as pessoas obterem uma resposta clara do YouTube quando sua equipe de moderação, humana ou não, as prende em um debate antigo sobre o que constituiu palavrões.
